O líder do BE/Açores, António Lima, considerou este sábado, a propósito da anunciada remodelação no Governo Regional, que de "pouco servirá" mexer nos rostos se se "mantiver a política" em vigor..António Lima, que falava em conferência de imprensa, em Ponta Delgada, considerou que a remodelação era "de certa forma esperada", mas sublinhou que "mudar os protagonistas e manter a política de pouco servirá".."Poderão ser mais ou menos competentes, com outros estilos, qualidades e defeitos, mas o essencial é a política que se aplica", disse o dirigente do Bloco, que salvaguardou que, "se o Programa do Governo é este e a política será para manter, nada de fundo mudará"..O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, confirmou no sábado que vai existir uma "alteração governativa" no arquipélago, revelando que na próxima segunda-feira vai "apresentar nomes" e o "sentido da orgânica" ao representante da República.."Terei oportunidade de, no quadro que institucionalmente é próprio -- e fica essa informação --, na próxima segunda-feira estar no gabinete do senhor representante da República a apresentar nomes e o sentido da orgânica do governo", afirmou, à margem do 'briefing' diário sobre a crise sismovulcânica em São Jorge, no concelho de Velas..O jornal Açoriano Oriental noticiou no sábado que o executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) vai sofrer uma remodelação, que implica a saída de secretários regionais e uma nova orgânica..Para António Lima, "fica nesta fase uma dúvida que assolará este governo para sempre, que é se esta remodelação é um ato da exclusiva vontade do presidente ou se é uma cedência à chantagem do Chega, que brinca com a vida dos açorianos, que neste momento precisam de um governo que governe, esteja atento aos problemas e que tenha medidas para resolver os problemas"..O líder do BE/Açores afirmou que nas últimas semanas se viu um governo "mais preocupado com a remodelação e sobrevivência política do que os inúmeros problemas que a região tem, nomeadamente no que diz respeito ao aumento da inflação"..A coligação pós-eleitoral (PSD/CDS-PP/PPM) que formou o Governo dos Açores fez acordos de incidência parlamentar com o Chega e o agora deputado independente (eleito também pelo Chega), ao passo que o PSD o fez com o deputado único da IL. Os três partidos que compõem o executivo não têm maioria absoluta no parlamento regional..Em 6 de abril, o deputado do Chega/Açores, José Pacheco, revelou à Lusa que "acabou" o apoio do partido ao Governo Regional e avançou que pretende reprovar o próximo Orçamento da região, que vai ser discutido no final do ano..O deputado referiu que "continua sem ter eco das propostas" apresentadas para viabilizar o Orçamento Regional de 2022, como as viaturas para a corporação de bombeiros e os incentivos à natalidade, notando estar por fazer a remodelação no executivo liderado por José Manuel Bolieiro, como o Chega tinha exigido.