Comer fruta é saudável, exceto quando ao fazê-lo esquartejamos um dedo. Nos Países Baixos não há estatísticas, mas os cirurgiões plásticos garantem que há "vários casos por semana" e as "lesões de abacate" levaram a associação daqueles profissionais, NVPC, a emitir um aviso.."O corte com uma faca muitas vezes corre mal, geralmente resultando em danos nos nervos", comenta Annekatrien van de Kar, cirurgiã plástica em Amesterdão.."As consequências podem ser incómodas e permanentes. Infelizmente, os riscos são desconhecidos ou subestimados pelo consumidor. Quando procedem ao corte, os consumidores seguram frequentemente metade de um abacate na palma da mão. Se a faca deslizar do abacate durante o descaroçamento, ela espeta-se na sua mão. Além disso, vemos frequentemente que os nervos sensoriais dos dedos são danificados ou cortados. Por vezes, as pessoas até atingem um tendão", adverte Van de Kar..A NVPC aconselha a retirada do caroço, ou semente, com uma colher. Num vídeo informativo sobre o método mais seguro, que a associação publicou no Yotube, é utilizado um descascador de abacate..YouTubeyoutubeoJtHr5lkKoM?t=60.A NVPC espera que os supermercados e os produtores alterem as instruções que acompanham o fruto ou emitam um aviso..Em muitos vídeos online, os cozinheiros também utilizam o método inseguro de descaroçamento com faca..Os Países Baixos são o segundo maior importador de abacates no mundo e embora a maioria seja depois distribuída para fora do país, a sua popularidade tem aumentado, assim como o consumo (40% nos últimos cinco anos, segundo a Dutch News)..Este acidente doméstico não é um exclusivo dos holandeses. Um estudo do ano passado publicado no American Journal of Emergency Medicine concluiu que 8 mil americanos sofrem todos os anos uma lesão relacionada com o abacate, ao ponto de falar em "epidemia" de lesões na mão. O documento apela à "educação sobre técnicas seguras de preparação do abacate e iniciativas de segurança pública, tais como rótulos de aviso, que poderiam ajudar a prevenir lesões graves no futuro".