Leonardo DiCaprio pode ir preparando o discurso
The Revenant - O Renascido e Mad Max: Estrada da Fúria. Estes foram os títulos que não cessaram de se ouvir no anúncio dos nomeados para a 88ª edição dos Óscares, que decorreu ontem, no Samuel Goldwyn Theatre, em Beverly Hills, Califórnia. Ao longo das categorias que iam sendo lançadas, primeiro pela voz dos realizadores Guillermo del Toro e Ang Lee, e depois pela presidente da Academia de Artes e Ciências de Hollywood Cheryl Boone Isaacs, e pelo ator John Krasinski: The Revenant - O Renascido e Mad Max: Estrada da Fúria.
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O Renascido, de Alejandro G. Iñarritu, dominava as expectativas - ainda nos ecos da noite dos Globos de Ouro, em que o realizador e o ator Leonardo DiCaprio arrecadaram a estatueta - e confirmou essa tendência em 12 categorias, que incluem as de Melhor Filme, Realizador e Ator. Refira-se também a categoria de Ator Secundário, para Tom Hardy, justamente o nome principal do elenco do outro filme que está mais próximo de O Renascido nestas nomeações. É ele, lá está, Mad Max: Estrada da Fúria, o blockbuster que em maio de 2015 deixou Cannes rendido, com a estreia nesse Festival. Foi uma agradável surpresa: alcançou 10 nomeações, e embora a predominância natural sejam as categorias técnicas, é igualmente na liderança, como Melhor Filme e Realizador, que Mad Max se posiciona na corrida.
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Perdido em Marte, de Ridley Scott - realizador que se mostrou irónico ao receber, para este filme, o Globo de Ouro na categoria de Comédia/Musical - é o terceiro título que segue nos principais nomeados, ao obter sete designações, entre as quais a de Melhor Filme, Ator (Matt Damon, que também ganhou o Globo de Ouro) e Melhor Argumento Adaptado. Por sua vez, os títulos de marcada temática social, como O Caso Spotlight, de Tom McCarthy, sobre a investigação do jornal Boston Globe que denunciou um escândalo de abuso sexual na Igreja Católica, e A Queda de Wall Street, de Adam McKay, sobre a crise financeira de 2008, como esperado, entram nas escolhas de Melhor Filme e Realizador, além dos argumentos (respetivamente, original e adaptado).
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Star Wars inesperado
Carol, de Todd Haynes, um dos filmes que nos Globos de Ouro antecipava mais probabilidades, soma aqui 6 nomeações, mas nenhuma é para o realizador. Cate Blanchett volta a ser destacada como possível Melhor Atriz, e Rooney Mara como Melhor Atriz Secundária, num trabalho conjunto que vive das suas sublimes interpretações. Este caso amoroso entre duas mulheres é uma elegante adaptação do livro de Patricia Highsmith, e também está indicado para o Óscar de Melhor Argumento Adaptado.
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Finalmente, A Ponte dos Espiões, do veterano Steven Spielberg, está na lista para Melhor Filme, Melhor Argumento Original (dos irmãos Ethan e Joel Coen), e Ator Secundário, Mark Rylance, que interpreta um espião russo, ficando de fora a escolha de Spielberg para Melhor Realizador. Não esquecer ainda Quarto, de Lenny Abrahamson, que se concentra nas principais categorias (Filme, Realizador, Atriz), tendo um forte indicador em Brie Larson, a atriz americana que recolheu o Globo de Ouro esta semana.
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Além da inesperada, mas muito merecida, presença de Star Wars: O Despertar da Força, de J.J. Abrams, entre os nomeados desta 88ª edição dos Óscares (recorde-se que apenas o primeiro filme da saga, de 1977, dominou as categorias técnicas e, efetivamente, ganhou), sente-se, por outro lado, a ausência do nome de Quentin Tarantino nas principais listas, com o filme Os Oito Odiados, tendo apenas relevo a forte hipótese de conseguir o Óscar de Melhor Banda Sonora para o seu devotado compositor italiano Ennio Morricone, que aos 87 anos recebeu um Globo de Ouro, com um discurso vigoroso do realizador, que o foi recolher.
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Britânicos destacam-se
Igualmente notória é a presença de atores britânicos entre as escolhas, como o agraciado do ano anterior, Eddie Redmayne, desta vez como personagem transgénero em A Rapariga Dinamarquesa, Tom Hardy, Kate Winslet (com Globo de Ouro por Steve Jobs), Mark Rylance, Christian Bale (A Queda de Wall Street), e a madura Charlotte Rampling, que ofereceu uma interpretação admirável em 45 Anos, ao lado de Tom Courtenay.
A cerimónia dos Óscares 2016 terá lugar no dia 28 de fevereiro, como habitualmente, no Dolby Theatre, e, na sua inconstância de apresentadores, conta este ano com o ator, comediante, produtor, argumentista e também realizador Chris Rock. Nesta edição vão ser homenageados Gena Rowlands, aos 85 anos, atriz, musa e mulher do cineasta John Cassavetes (1929-1989), e o realizador afro-americano Spike Lee, a quem foram entregues os Óscares honorários em novembro passado. Será uma noite semelhante à passagem de ano, como prometeu Chris Rock?