Legisladores exigem expulsão de Bolsonaro dos EUA

O ex-presidente brasileiro encontra-se na Florida, após ter perdido as últimas eleições presidenciais, tendo-se recusado a estar na posse de Lula da Silva, como seu sucessor.
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Legisladores norte-americanos defenderam esta segunda-feira que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve expulsar Jair Bolsonaro do país, na sequência da invasão no domingo por apoiantes do ex-chefe de Estado brasileiro dos principais edifícios do poder em Brasília.

Bolsonaro, que se encontra na Florida, após ter perdido as últimas eleições presidenciais e recusou-se a marcar presença na posse de Lula da Silva, no primeiro dia do ano, como seu sucessor, demarcou-se dos atos violentos ocorridos no domingo em Brasília

"Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje [domingo], assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra", escreveu Jair Bolsonaro, na sua conta oficial na rede social Twitter, em reação a declarações de Lula da Silva, que acusou o seu antecessor de ser um genocida, por provocar e estimular invasões violentas em edifícios públicos na capital do país.

A invasão de apoiantes de Bolsonaro dos edifícios do Congresso, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal mereceu críticas em todo o mundo e, nos Estados Unidos várias vozes começam a exigir a expulsão do antigo estadista do país.

"Os Estados Unidos devem deixar de permitir refúgio a Bolsonaro na Florida ", defendeu, numa mensagem nas redes sociais, Alexandria Ocasio-Cortez, conhecida ativista e congressista democrata por Nova Iorque, estabelecendo uma comparação entre este episódio e a invasão do Capitólio (sede do Congresso norte-americano) por apoiantes do ex-presidente Donald Trump, há dois anos (dia 06 de janeiro de 2021), em vésperas da posse de Biden.

Outros legisladores como o deputado texano Joaquín Castro manifestaram a mesma exigência: "Bolsonaro não deveria refugiar-se na Florida, onde se tem escondido da responsabilidade por seus crimes".

Mensagens semelhantes foram publicadas nas redes pelos deputados democratas do Minnesota Ilhan Omar e da Califórnia Mark Takano, para quem "Jair Bolsonaro não deveria refugiar-se nos Estados Unidos".

"Apoiamos o Brasil e a defesa das suas instituições democráticas" e "esperamos trabalhar com o Presidente [brasileiro, Luiz Inácio] Lula [da Silva] para conseguir resultados para os nossos países e para o continente americano", disseram os três governantes, num comunicado conjunto, nas vésperas da Cimeira de Líderes da América do Norte, na Cidade do México.

"Os nossos governos apoiam a livre expressão da vontade do povo brasileiro", defenderam os líderes.

O ex-presidente Donald Trump, muito próximo de Bolsonaro e também residente na Florida, apesar da sua intensa atividade das redes sociais, ainda não se pronunciou.

Apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram no domingo as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.

A Polícia Militar conseguiu recuperar o controlo das sedes dos três poderes, numa operação de que resultaram pelo menos 300 detidos.

A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira apoiantes do anterior chefe de Estado, derrotado por Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios.

Entretanto, o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres terão atuado com negligência e omissão.

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