A era de Phil Jackson como presidente dos New York Knicks continua a dar que falar. E, mais uma vez, não propriamente por bons motivos. Desportivamente, a gestão do Senhor dos Anéis (13 títulos: 11 como treinador e dois como jogador) continua a fazer a equipa arrastar-se num lento processo de remodelação que tarda em dar resultados. Mas a última intervenção infeliz de Jackson saltou mesmo as fronteiras do basquetebol. O mais bem-sucedido treinador da história da NBA desencadeou uma polémica racial com a maior estrela atual da liga ao utilizar uma palavra com conotação negativa que deixou LeBron James "sem qualquer respeito" pelo dirigente dos Knicks..A origem da polémica está numa entrevista de Phil Jackson à cadeia televisiva ESPN, durante a qual o presidente dos New York Knicks criticou um episódio alegadamente protagonizado por LeBron James ainda em Miami, quando terá pedido ao treinador dos Heat Erik Spoelstra para a equipa ficar uma noite extra em Cleveland, terra natal do jogador.."Não podes condicionar toda a equipa só porque tu, a tua mãe e o teu pelotão [posse, em inglês] querem passar uma noite extra em Cleveland", criticou Jackson. Mais do que o reparo, foi o uso do termo posse que instalou a controvérsia, uma vez que a palavra, historicamente utilizada para catalogar grupos de homens que eram encarregados de fazer cumprir a lei, generalizou-se entretanto como uma forma de qualificar grupos de delinquentes armados..LeBron James e o seu círculo próximo viram aqui um ataque racial. "Tinha respeito por ele como treinador. Deixei de ter qualquer respeito agora", reagiu a estrela dos Cleveland Cavaliers, convicto de que Jackson só utilizou o termo posse por se estar a referir a "jovens afro-americanos". "Se estivesse a referir-se a Mark Cuban [dono dos Dallas Mavericks], ou Rovert Sarver [dono dos Miami Heat], ele não teria usado essa palavra.".A expressão de Phil Jackson motivou críticas até da principal estrela da sua equipa. Carmelo Anthony, extremo dos Knicks, saiu em defesa de LeBron e disse "compreender muito bem" a reação deste. "Acho que todos sabem que o termo é ofensivo. Não é preciso ser-se cientista ou ter uma educação superior para entender o que isso significa para nós [afro-americanos].