Leão sem pedalada para capitalizar a sorte que teve

Incapaz de pôr intensidade no jogo, a equipa de Jesus complicou a possibilidade de chegar à fase de grupos da Liga dos Campeões frente a um adversário bem organizado
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Uma exibição que deixou muito a desejar e um resultado a condizer. O Sporting não soube aproveitar a benesse que o destino lhe concedeu (ser cabeça-de-série e ter um rival acessível) e complicou muito a possibilidade de chegar à fase de grupos da Liga dos Campeões - por aquilo que ontem mostrou frente aos romenos do FCSB, a equipa de Jesus dificilmente pode aspirar a bater-se com os grandes europeus.

Foi uma equipa sem a "pedalada" elogiada pelo técnico após o último jogo da equipa, sem ideias para superar um adversário organizado e mais rodado e com alguns elementos a mostrarem-se num estado de forma preocupante (como Adrien e Bas Dost, que terá feito o seu pior jogo como leão) ou a "rebentarem" muito cedo (como Piccini). Obviamente, o nulo não afasta os lisboetas do objetivo, mas ou a equipa sobe muito de produção ou a Liga Europa será o destino.

Em Alvalade, a primeira surpresa deu-se logo na constituição da equipa leonina, com Fábio Coentrão a surgir como titular quando nem sequer estava na lista de convocados. Se foi bluff de Jorge Jesus, não se sabia, mas a verdade é que os romenos não pareceram muito incomodados com isso, nem o lateral esquerdo fez a exibição que se lhe exige pelo estatuto que carrega. De resto, os dois conjuntos apresentaram-se como se previa, embora o português Filipe Teixeira tenha surgido titular no conjunto de Bucareste, recuperado de uma lesão.

Depois de um início morno, Podence deu o sinal de despertar à passagem do sexto minuto, com um remate de longe. Nos dez minutos seguintes, o Sporting dominou, pressionou e ganhou vários cantos (cinco nesse período), mas quase sempre de forma inconsequente: só um centro de Acuña esteve perto de ser desviado por Mathieu, mas a defesa contrária conseguiu antecipar-se. Os leões só voltariam a acercar-se da baliza com perigo aos 23 minutos, com Podence a isolar Acuña e o argentino a rematar cruzado, com a bola a raspar no poste - no lance anterior, o irrequieto Alibec obrigara Rui Patrício a defesa improvisada com um tiro venenoso do meio da rua. O capitão do FCSB, aliás, esteve em todos os lances de perigo da sua equipa, como aos 29", quando fugiu pela esquerda e arriscou o remate com pouco ângulo, quando tinha colegas bem posicionados na área. Patrício defendeu, como logo a seguir teve de se esforçar para apanhar um livre apontado atrás do meio-campo por... Alibec.

A segunda parte não foi melhor. Lentos, sem criatividade, os leões foram sempre controlados e nem sequer conseguiram aproveitar o facto de jogarem o último quarto de hora em vantagem numérica. A melhor ocasião coube mesmo aos homens de Bucareste, quando Enache fugiu pela direita e rematou perto do poste de Patrício (77"). Bruno Fernandes e Mathieu ainda podiam ter dado vantagem à equipa portuguesa, mas ontem não era o dia. Fica tudo para decidir na próxima quarta-feira, na Roménia.

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