Leão foi forte e deu a volta ao fogo inicial atirado pelos dragões

Sporting ganhou clássico que FC Porto começou por dominar. Slimani e Gelson responderam ao golo de Felipe em jogo frenético
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O Sporting ganhou ontem o primeiro clássico da época, 2-1, ao FC Porto em Alvalade, perante quase 50 mil espetadores. Um jogo muito intenso em que os leões estiveram a perder, mas deram a volta ainda na primeira parte e conseguiram manter a vantagem num segundo tempo em que foram controlando um jogo complicado porque já não havia João Mário, Slimani está de saída e Bas Dost e Castaignos estavam na bancada.

Felipe marcou logo aos 8" desviando com o pé um livre lateral de Layun, mas cinco minutos depois Slimani empatou num livre de Bruno César ao poste, que Gelson recarregou, Casillas desviou, mas na linha Slimani, rápido, confirmou o golo. Dez minutos depois Gelson marcou pela primeira vez num jogo desta importância, numa jogada muito polémica porque Bryan Ruiz dominou a bola com a mão no corte de Felipe e depois tocou-a para o lado, para o jovem extremo chutar da entrada da área.

O FC Porto tinha um plano: entrar muito forte, impor um ritmo alto, obrigar o Sporting a jogar mal e afetar o adversário psicologicamente. Conseguiu-o, marcando primeiro e colocando a defesa do Sporting cheia de dúvidas, a perder bolas fáceis na zona nuclear do campo. O FC Porto marcou primeiro, mas nos dois primeiros lances em que criou perigo o Sporting marcou dois golos - o segundo com a tal mão pelo meio que devia ter levado o árbitro a anular a jogada. Mas não foi um jogo fácil de arbitrar, muito agressivo, com muitas faltas, nada menos do que 34 (18 do Sporting).

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O Sporting demorou mais a entrar no jogo do que a marcar, porque quando o FC Porto marcou ainda o Sporting não tinha rematado à baliza de Casillas. Os portistas surpreenderam, jogando muito alto, não dando espaço - como era tradição da equipa, até chegar Lopetegui, quando defrontava Jorge Jesus. O problema é que a defesa não ajudou e, em dois lances, deixou dar a volta ao resultado ainda antes da meia hora.

Jorge Jesus colocou Slimani a titular, claro, mesmo que esteja para sair - até Mané entrou no fim para a despedida -, mas também Zeegelaar a defesa-esquerdo e Bruno César a médio-esquerdo, com Bryan Ruiz atrás de Slimani. Mas a equipa começou por não conseguir ter bola nem jogo, afogando-se no jogo portista. Mas Corona lesionou-se perto do intervalo e Nuno resolveu estrear Óliver e, pior, colocá-lo na direita, na posição de Corona.

O Sporting ganhou completamente o domínio do jogo nos primeiros 20 minutos do segundo tempo, até Nuno fazer a troca (Herrera encostado à direita, Óliver no meio). Aí, o FC Porto ganhou o controlo do jogo, mas só conseguiu incomodar a defesa do Sporting. No segundo tempo o Sporting controlou e teve as melhores oportunidades, embora o FC Porto tivesse também jogadas importantes e mantivesse os leõoes em sentido até ao fim, apostando sempre nas bolas em profundidade - mas André Silva não estava fresco e permitiu sempre os cortes de Semedo ou Coates.

A sensação que ficou foi que o FC Porto foi melhor nos primeiros 20 minutos, mas em esforço, num ritmo muito frenético, enquanto o Sporting foi capaz de se impor, tem uma equipa mais estabilizada (todos os titulares estavam na equipa na época passada, porque nem Alan Ruiz jogou; Campbell entrou na parte final e aportou alguma coisa ao jogo) e cometeu menos erros num jogo em que ambas as equipas cometeram muitos.

Outra maneira de ver é que ambos atiraram uma bola ao poste e a do Sporting ressaltou para dentro enquanto a de André André para fora. Mas é verdade que não chega entrar bem em jogo, é preciso ser consistente e o FC Porto não foi. Talvez porque teve uma eliminatória daquelas que se sentem durante quinze dias, em Roma, mas também porque faltam recursos. O Sporting teve essa semana difícil de que falou Jesus depois do jogo, é certo, e agora vai ter de reformular a equipa, ou o ataque pelo menos, e sem Slimani não vai ficar mais forte.

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