Leão bate Paços com talento e pragmatismo
O Sporting entrou a ganhar (0-2) no campeonato na 2.ª jornada, em Paços de Ferreira, depois do adiamento do jogo da 1.ª devido aos casos de Covid-19 no plantel (próprio e do adversário, o Gil Vicente). Com o pragmatismo a resolver o que o talento não conseguiu (por pouco).
Os leões, sem oito jogadores e o treinador Rúben Amorim, todos ainda a recuperar da infeção, mostraram muitas virtudes a explorar as alas. Foi assim que criaram as melhores oportunidades, desperdiçadas por Porro e Tomás, por exemplo.
Essas situações surgiam por força da linha de três defesas e dois laterais ofensivos (Porro na direita, Nuno Mendes na esquerda, e que bem jogou a atacar), mas a configuração da equipa trouxe alguns desatinos defensivos.
Isso notou-se sobretudo em lances em que a bola era lançada das alas para a área leonina, em que a cortina verde e branca não conseguia afastar o perigo. Sobretudo em livres marcados por Bruno Costa a que os colegas não conseguiram chegar, mas que deixaram a defesa contrária em sobressalto.
O perigo do Paços era, por isso, virtual. Existia, mas não se manifestava em lances de golo claro. A maior ameaça, aliás, surgiu num remate a 35 metros da baliza de Tanque. A bola saiu a centímetros do poste da baliza de Adán.
Já o Sporting causava perigo real e marcava da forma menos previsível. Uma carambola entre Eustáquio e Tanque levou a bola à mão deste. Penálti, assinalou Fábio Veríssimo (e o VAR confirmou). Jovane não perdoou.
Sem fazer um jogo muito virtuoso, mas com um futebol cheio de virtuosismos, como as movimentações de Tiago Tomás e Jovane, o Sporting adiantava-se da forma menos provável. A equipa construiu uma mão cheia de jogadas com chegadas de laterais e extremos em boa posição para marcar, mas chegou à vantagem de bola parada.
Jovane lesionou-se e entrou Nuno Santos. E todos ganharam - menos o Paços. O extremo ex-Rio Ave causou pânico na defesa do Paços, mas faltava alguém na área com mais peso.
Numa insistência após um canto, Nuno Mendes arrancou mais um belo cruzamento, Feddal atirou para o poste contrário e um jogador de peso, o capitão Coates, mostrou como se faz. Seguir a bola, antecipar a trajetória e bola na rede.
Se com Nuno Santos o Sporting já se mostrava mais virtuoso, e efetivo a criar perigo na área, com a entrada de Daniel Bragança (saiu Vietto, desinspirado) os leões começaram a criar belas jogadas de ataque. Mas parecia sempre que faltava um ponta-de-lança.
Esse ponta-de-lança entrou a dez minutos do fim: Sporar. Mas aí, já o ritmo estava em modo de controlo de danos. Com dois golos de vantagem, os leões pressionavam, mas preocupavam-se mais em manter o Paços longe da área de Adán.
Contas feitas, o Sporting entrou bem no campeonato, com belos sinais dos jovens talentos (Porro, Tomás, Nuno Santos, Bragança...) e, sobretudo, alguma segurança defensiva, apesar dos calafrios nos posicionamentos em cruzamentos em que a bola passava à frente da baliza.