Lagarde culpa trabalhadores se tiver de subir mais os juros devido a exageros nos salários

"Salários crescerão mais 14% até ao final de 2025 e, em termos reais, recuperarão plenamente o nível anterior à pandemia", avisou a líder do BCE. Economista-chefe do FMI faz alerta semelhante em Sintra.
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Os trabalhadores da zona euro devem ter cada vez mais a noção de que ao conseguirem obter aumentos salariais para tentarem compensar as perdas de poder de compra sofridas nesta crise, mas que não acompanhem a produtividade estão a pôr-se eles próprios e à economia em risco já que o Banco Central Europeu (BCE) será obrigado a ser ainda mais duro nos juros (nas subidas) na sequência desse comportamento.

O aviso partiu ontem da presidente do BCE, Christine Lagarde, no primeiro dia de debates do Fórum BCE que, como habitualmente, decorre em Sintra. Acaba hoje, 28 de junho.

Outros economistas presentes no encontro anual deram-lhe razão quanto ao perigo da inflação ser mais "persistente" e difícil de dominar na Europa por causa dos aumentos salariais e de isso dificultar o trabalho do banco central, obrigando-o a ser mais duro nos juros. É o caso do economista-chefe do Fundo Monetário Internacional,

Como referido, o andamento dos salários está a criar um novo desafio ao BCE, que vê nisso uma nova fonte de inflação "persistente" que tem de ser combatida, disse Lagarde no discurso de abertura do Fórum BCE.

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