Lady Gaga torna-se diva de jazz ao lado de Tony Bennett
É verdade que Tony Bennett e Lady Gaga são dois nova-iorquinos de gema mas imaginar até ao dia de hoje uma conjugação destas duas vozes parecia algo nada menos que improvável. O primeiro, quase nonagenário, é uma voz lendária do jazz, enquanto a segunda é uma das mais mediáticas cantoras pop da atualidade, tendo pautado o seu percurso por uma ambiciosa extravagância. A solenidade dos standards de jazz não seria, à partida, um território que se associasse à voz e à personalidade de Lady Gaga mas, ao lado de Tony Bennett, transformou-se na diva que a partir de hoje se poderá ouvir no álbum Cheek to Cheek.
Cole Porter, Irving Berlin, George Gershwin ou Duke Ellington são alguns dos compositores do cancioneiro americano que Bennett e Gaga recuperaram neste disco conjunto. A cantora chega mesmo a cantar sozinha Lush Life, um standard dos anos 1930, da autoria de Billy Strayhorn. E é nela que recaem a maior parte das atenções, talvez por este ser um território virgem para a cantora. Neste conjunto de canções Stefani Joanne Angelina Germanotta (o seu nome de nascença) teve de se despir de todos os artifícios, deixar para trás todo o barroquismo que tem distinguido o seu percurso e revelar de uma forma mais clara as suas potencialidades vocais.