La isla mínima foi o grande vencedor dos prémios Goya
O filme La isla mínima, sobre uma investigação ao desaparecimento de várias adolescentes em 1980 no sul de Espanha, partia como favorito aos Goya com 17 nomeações e recolheu 10 galardões, entre os quais os de melhor filme, realização, argumento original, direção de fotografia, ator principal (Javier Gutiérrez) e atriz revelação (Nerea Barros).
A cerimónia ficou marcada por um apelo do presidente da Academia, Enrique González Macho, para que o governo de Madrid baixe o valor do IVA em Espanha na área da cultura, atualmente nos 21 por cento, e agradeceu aos espetadores por terem apoiado o cinema espanhol em 2014.
La isla mínima ainda não teve estreia comercial em Portugal, mas o filme foi exibido no final do ano passado em Portugal, no âmbito do Cinefiesta, Mostra de Cinema Espanhol, com a presença da atriz Nerea Barros.
O filme Ida, do polaco Pawel Pawlowsky, que tem somado vários prémios internacionais e está nomeado para os Óscares, recebeu o Goya de melhor filme estrangeiro.
O ator Antonio Banderas subiu ao palco para receber um Goya de carreira, que dedicou à sua filha, e da atriz Melanie Griffith, Stella del Carmen. "Todo o prémio deve ser dedicado, e eu quero recordar quem talvez tenha sofrido mais com a minha paixão pelo cinema, com as minhas paixões prolongadas, com os meus compromissos profissionais. É a pessoa de quem perdi os melhores planos, as melhores sequências e que, no entanto, foi a minha melhor produção. Dedico-te este prémio pedindo-te perdão, a ti Stella del Carmen" citava este domingo o jornal El País.
Banderas lembrou ainda a viagem que empreendeu a 3 de agosto de 1980 de Málaga, sua terra natal, para Madrid, em que pela janela do comboio via "duas pessoas que se tornavam cada vez mais pequeninas". Eram os seus pais, a quem também prestou homenagem. E, já emocionado, lançou como última frase do discurso: "Agora começa a segunda parte da minha vida."