Ficaria para a história como a Crise dos Mísseis em Cuba e um dos momentos em que o mundo esteve em maior risco de uma catástrofe nuclear. Após ter descoberto - através de aviões espiões - que a União Soviética estava a instalar em Cuba mísseis capazes de transportar ogivas atómicas, o presidente Kennedy mandou a Marinha impor um bloqueio à ilha comunista de forma a impedir o transporte de mais material vindo da Rússia.."Bloqueio marítimo a Cuba", titulava o DN a 23 de outubro de 1962, com o antetítulo "Kennedy decide enfrentar a ameaça".."Para impedir que as armas soviéticas transformem a ilha numa base capaz de destruir o continente americano. Os russos estão a instalar ali mísseis que podem atingir Washington, o Canadá ou o Peru - afirmou o presidente."."Será considerado ataque direto da Rússia aos Estados Unidos e justificará represálias imediatas contra o território soviético qualquer míssil nuclear lançado de Cuba contra qualquer país do hemisfério ocidental", acrescentava então o DN..A tensão manter-se-ia até 28 de outubro, com o recuo soviético. O bloqueio naval perduraria até 21 de novembro, após a retirada total dos mísseis e bombardeiros russos da ilha de Fidel Castro..A crise teve um efeito colateral positivo: levou à criação de um "telefone vermelho" entre Washington e Moscovo, linha de comunicações prioritária que permitiria aos líderes das duas superpotências da Guerra Fria comunicar diretamente.