Keith Richards. A história dele continua por escrever

Lançou o primeiro disco a solo em 23 anos, viu estrear um documentário. A meses de completar 72 anos, continua a crescer.
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Tom Waits descreveu-o em poema. "Tem mãos de carpinteiro, braços de nadador salvador, costas de soldado, cabeça de detetive, ombros de pugilista, voz de menino de coro e cara de cowboy". E se o homem por trás de Rain Dogs (1985) tem razão, aos 71 anos Keith Richards é "mais rápido que um fax", "cheira a incêndio" e se tem "a urina azul" também já "caminhou o equivalente a três voltas à terra". Por estes dias, Richards lançou um disco a solo, viu estrear um documentário sobre a sua vida, "Keith Richards: Under the Influence", e ainda fez o anúncio pelo qual já poucos esperavam - para o ano, os Rolling Stones terão um novo disco. Para já é para "Crosseyed Heart" que os fãs viram as atenções.

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Sobre Richards já se contou tudo. As prisões, os amores, os vícios, os acessos de loucura e a vida dedicada ao rock n"roll que ajudou a criar. Lado a lado com Mick Jagger, Richards estava no Marquee Club, em Londres, na noite da estreia em palco, 12 de julho de 1962, assumiu a guitarra em 64 para o primeiro número 1 da banda - a cover, "It"s All Over Now" - e nunca mais a largou. A história foi contada em dezenas de livros e documentários, centenas de entrevistas e até em filme, mas todos falharam na resposta à maior das perguntas: qual o segredo da sobrevivência de Keith Richards? Richards assegura, em entrevista ao Guardian, que a ideia "é continuar a crescer até ser enterrado" e nega qualquer vontade de abrandar - não quer deixar de fazer música nem tão pouco deixar de ser polémico. Quando por estes dias lhe perguntaram o que andava a ouvir, surpreendeu. "O Ed Sheeran interessa-me. Bela guitarra", disse antes de disparar contra Black Sabbath e Metallica - "Há milhões que os amam, mas sempre os achei uma boa piada" - , considerar "Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band," um dos mais aclamados discos dos Beatles - "uma porcaria de uma misturada" e de garantir que vê no Rap a prova de que há "muitas pessoas surdas". "Tudo o que precisam é de uma batida de bateria e alguém a gritar por cima. Há um mercado enorme para pessoas que não distinguem uma nota da outra", disse ao New York Daily News. Para quem as distingue, espera, agora há novo disco.

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