Katie Ledecky continua a engrandecer a sua lenda

Norte-americana somou mais dois ouros a um currículo imaculado no primeiro dia de competição em Budapeste
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Na cíclica atualização de listas sobre as grandes figuras do desporto mundial talvez seja boa ideia começar a reservar espaço para o nome de Katie Ledecky ao lado de lendas como Roger Federer, Michael Schumacher, Usain Bolt ou Michael Phelps. Aos 20 anos, a nadadora dos Estados Unidos somou ontem mais duas medalhas de ouro a um currículo imaculado, imbatível em provas individuais nos grandes palcos desde que aos 15 anos surpreendeu o mundo ao vencer os 800 metros livres nos Jogos Olímpicos de Londres 2012.

De então para cá, a jovem Kathleen Genevieve Ledecky - conhecida por Katie Ledecky nas piscinas - colecionou mais 11 medalhas de ouro noutras tantas provas individuais em que competiu, em campeonatos do mundo ou em Jogos Olímpicos. Imbatível, portanto, até hoje. E com um palmarés combinado de 12 ouros individuais (em mundiais e Jogos) que é recorde absoluto na história da natação feminina. Se juntarmos à equação as provas de estafetas, o currículo fica ainda mais impressivo: 16 ouros e uma única prata a impedir a perfeição (nos 4x100 livres dos Jogos do Rio 2016).

As últimas duas peças de ourivesaria, Katie Ledecky conquistou-as ontem, no arranque dos mundiais de natação que decorrem em Budapeste, ao vencer, primeiro, a prova de 400 metros livres e, depois, ajudando a estafeta dos 4x100 livres feminina dos EUA a subir também, desta vez, ao lugar mais alto do pódio. Uma excelente entrada em cena para aquela que é talvez a maior figura da natação atual e que nestes mundiais se propõe ganhar seis das provas de estilo livre no programa (200, 400, 800, 1500 e as estafetas 4x100 e 4x200). Nestas braçadas galopantes pelos registos históricos da natação feminina, Ledecky adicionou ontem vários feitos: igualou a compatriota Missy Franklin como a atleta com mais medalhas de ouro em campeonatos do mundo (11), tornou-se a primeira nadadora a vencer em três edições consecutivas os 400 livres e bateu nessa prova o recorde dos campeonatos - primeiro nas eliminatórias e depois na final, em que foi a única a nadar abaixo da barreira dos quatro minutos, com o tempo de 3:58.34. A compatriota Leah Smith e a chinesa Lie Bingjie completaram o pódio.

Ficou a faltar apenas o recorde do mundo, que Katie Ledecky fixou em 3:56.46 nos Jogos Olímpicos do Rio, no ano passado. Mas isso não lhe beliscou a satisfação no final do primeiro dia dos mundiais. "É o meu segundo melhor tempo de sempre. Não há desilusão alguma. É uma medalha de ouro num mundial e não há nada que lamentar aqui", disse a norte-americana, que hoje volta à piscina para as eliminatórias daquela que é a prova mais longa, os 1500 metros.

No dia de ontem, destaque ainda para a "vingança" do chinês Sun Yang sobre o australiano Mack Horton nos 400 livres masculinos, um ano depois de Horton ter levado o ouro olímpico e acusado o chinês de ser um batoteiro, por ter cumprido uma suspensão por doping. Agora, inverteu-se a ordem no pódio.

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