Kasparov libertado após julgamento por 'manif' ilegal

O antigo campeão mundial de xadrez russo Garry Kasparov foi hoje libertado por um tribunal de Moscovo que o absolveu da acusação de organização ilegal de manifestação, noticiou a AFP.
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A agência adianta que o opositor ainda arrisca uma pena de cinco anos de prisão por alegadamente ter "mordido um polícia" à margem do caso das Pussy Riot.

O tribunal Khamovnitcheski de Moscovo considerou que a culpabilidade do detido não foi provada pela polícia, declarou Kasparov aos jornalistas após um longo julgamneto que terminou já ao início da noite.

"Pela primeira vez, as provas apresentadas pelos polícias fardados não foram aceites pelo tribunal, como acontece diariamente em outros tribunais", declarou Kasparov, definindo a sua absolvição como uma decisão "histórica".

"Esta decisão vai ajudar numerosas pessoas que se encontram na mesma situação", acrescentou, antes de agradecer aos jornalistas por terem fornecido as fotos e vídeos examinados pelo tribunal.

Kasparov foi detido a 17 de agosto frente ao tribunal de Moscovo que condenou a dois anos de prisão as três jovens do grupo punk-rock Pussy Riot por uma "oração" anti-Putin protagonizada em fevereiro na catedral ortodoxa do Cristo-Salvador.

O ativista da oposição é ainda acusado de ter "mordido polícias" durante a interpelação, um delito que poderá implicar cinco anos de detenção. Kasparov já negou as acusações e acusa a polícia de o ter detido sem qualquer motivo e espancado.

A polícia já transferiu o processo para o comité de inquérito da Rússia, equivalente ao FBI norte-americano, que deverá decidir sobre a abertura de um inquérito penal ao ex-campeão mundial de xadrez.

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