O departamento de Justiça norte-americano anunciou esta segunda-feira que deixará de confiscar os registos dos jornalistas para saber a identidade das fontes, nas investigações sobre fugas de informação..Segundo a decisão do procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, os procuradores federais de Justiça estão proibidos de usarem mandados ou intimações judiciais para identificar fontes de jornalistas, estando previstas apenas algumas exceções..A decisão aplica-se ainda à divulgação de informações consideradas classificadas, revertendo, assim, uma política admitida na administração de Donald Trump e vai ao encontro do que era exigido, há anos, pelas associações de defesa da liberdade de imprensa..Estão previstas exceções nesta proibição, nomeadamente se o jornalista for suspeito de ter cometido um ato ilegal, se houver suspeita de estar ligado a uma organização terrorista, ou se obteve informações através de sistemas protegidos, e se a revelação das fontes servir para evitar atos graves, como sequestro e crimes contra menores..O procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, tinha anunciado anteriormente que queria uma revisão legal, sobretudo depois da revelação de que a administração do republicano Donald Trump tinha obtido registos de jornalistas de meios como The Washington Post, CNN e The New York Times, em investigações relacionadas com a Rússia e com a segurança interna..A decisão surge na sequência de o próprio presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, ter afirmado que não permitiria que as autoridades judiciais confiscassem ou tivessem acesso a gravações telefónicas ou correio eletrónico dos jornalistas..Nos Estados Unidos, a fuga de informações confidenciais é ilegal, e os procuradores federais podem emitir mandados de busca e detenção para descobrir a fonte, segundo uma legislação sobre espionagem que data de 1917.