A presidente da junta de freguesia lisboeta de Arroios, Madalena Natividade (independente eleita pela coligação "Novos Tempos" (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), afirmou esta quinta-feira que a ciclovia na Avenida Almirante Reis "não funciona" tal como está, defendendo alterações, inclusive a requalificação desta zona.."É uma via que deverá ser reavaliada e, nesse sentido, poderíamos contribuir com algumas alterações em que se poderia acabar com o estacionamento abusivo e contribuir para a requalificação na zona de Arroios", disse Madalena Natividade, referindo que o processo de avaliação da ciclovia na Avenida Almirante Reis pode contribuir para a resolução de outras problemáticas na área envolvente, como é o caso das pessoas em situação de sem-abrigo..A recém eleita presidente da junta de freguesia de Arroios falava no âmbito de uma audição na Comissão de Mobilidade, Transportes e Segurança da Assembleia Municipal de Lisboa, a propósito da petição "Avenida Almirante Reis pela manutenção da ciclovia e um processo participado sobre o futuro", em que foram também ouvidos os presidentes das juntas de Santa Maria Maior, Miguel Coelho (PS), e do Areeiro, Fernando Braamcamp (PSD)..Sem falar sobre qual deve ser o futuro desta ciclovia, mas ressalvando que "tecnicamente" a Almirante Reis não chega à freguesia de Santa Maria Maior, "o que chega é a Rua da Palma", o socialista Miguel Coelho defendeu que a ideia de acabar com esta ciclovia, por se tratar de um compromisso eleitoral assumido pelo eleito presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), deve avançar.."Cumprir as promessas é algo que só nos dignifica a todos, independentemente de eu poder concordar ou discordar do compromisso do senhor presidente da câmara", apontou o presidente da junta de Santa Maria Maior, acrescentando ainda, com a ressalva de falar sem ironia: "nem percebo que agora se equacionam questões técnicas, porque certamente elas foram equacionadas quando se assumiu esse compromisso"..Sobre a petição, Miguel Coelho referiu que "há interesses contraditórios em jogo, ambos legítimos", reforçando que não se sobrepõe ao compromisso eleitoral assumido por Carlos Moedas.."Não verá de mim nenhuma voz crítica sobre a decisão, mesmo que eu eventualmente discorde dela", afirmou..Com uma participação "diminuta e modesta" na discussão, uma vez que a ciclovia na Avenida Almirante Reis quando chega à entrada da freguesia do Areeiro torneja para a esquerda e apanha a ciclovia da Avenida Guerra Junqueiro, Fernando Braamcamp (PSD) lembrou que a decisão foi tomada por sua proposta e acolhida pelo anterior executivo, sob a presidência do socialista Fernando Medina, porque o que estava previsto era seguir em frente até ao Areeiro.."Concordou com essa alternativa e com essa alteração e assim se fez, terminou ali a ciclovia da Avenida Almirante Reis no início da freguesia do Areeiro", frisou Fernando Braamcamp, acrescentando que "foi tudo consensual", por se considerar que era o melhor para a população e para a circulação automóvel..Durante a audição, a deputada municipal Isabel Mendes Lopes, do Livre, questionou as declarações proferidas hoje pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, que falou na necessidade de repensar a Avenida Almirante Reis, com a intenção de ter "duas ciclovias, mas com duas faixas de cada lado"..Em resposta, a presidente da junta de freguesia de Arroios reiterou que "deverão existir alterações sim, porque a ciclovia como está hoje não funciona", deixando a apresentação de propostas para quando estiver concluído o estudo por parte do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC)..Na sexta-feira, o presidente da Câmara de Lisboa disse que a Avenida Almirante Reis pode "ser aquilo que ainda não foi", inclusive com a requalificação da zona, aguardando a conclusão do processo de auscultação das pessoas e dos especialistas para decidir sobre o futuro da ciclovia, nomeadamente uma solução a curto prazo e, depois, a longo prazo..Um dos compromissos eleitorais da coligação "Novos Tempos" (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) nas autárquicas de setembro de 2021, encabeçada por Carlos Moedas, passava por redesenhar a rede ciclável de Lisboa "com enfoque na segurança, no conforto e na funcionalidade para os ciclistas e os peões, eliminando ciclovias com problemas, como seja a da Almirante Reis, e desenhando-se alternativas viáveis".