Julgamento foi adiado para dia 9 de Maio
Fonte das Varas Criminais de Lisboa adiantou à agência Lusa que o adiamento do julgamento, que tem 24 arguidos, se deveu ao facto de ainda não estar definido quem será o terceiro elemento que irá compor o colectivo de juízes, presidido por Ana Peres. Em princípio, adiantou, terá que ser o Conselho Superior da Magistratura -- órgão de gestão dos juízes -- a designar o magistrado que irá completar o colectivo, numa altura em que há falta de juízes em alguns tribunais. O facto de este colectivo dever ficar em exclusividade com este mega processo - que tem 24 arguidos, entre os quais o alegado accionista maioritário da empresa detentora da UNI, Lima de Carvalho, o ex-reitor Luís Arouca e o antigo vice-reitor Rui Verde - foi outro dos motivos que criou dificuldades em formar um colectivo.
O julgamento deverá realizar-se no Tribunal de Monsanto, devido ao elevado número de arguidos, assistentes e advogados. Amadeu Lima de Carvalho está acusado de mais de 40 crimes, incluindo branqueamento de capitais, burla qualificada, corrupção e fraude fiscal. Lima de Carvalho e o ex-vice reitor Rui Verde estiveram presos preventivamente. No rol de arguidos estava também o ex-presidente da instituição António Labisa (entretanto falecido) e Rui Martins e Elsa Velez, ligados à contabilidade da SIDES, empresa proprietária da UNI. Em Fevereiro de 2009, após uma investigação iniciada em 2006, o Ministério Público (MP) acusou 26 arguidos (dos quais três empresas) por crimes de associação criminosa, fraude fiscal qualificada, abuso de confiança qualificada, falsificação de documento, burla qualificada, corrupção activa/passiva e branqueamento de capitais, entre outros ilícitos.
A 30 de Abril de 2010, o juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução criminal, mandou 24 arguidos a julgamento. O MP, em representação do Estado, deduziu um pedido de indemnização cível contra cinco arguidos, de montante superior a um milhão de euros. Após rebentar o caso, a Universidade Independente foi encerrada compulsivamente, em Outubro de 2007, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.