Julgamento da atriz Sónia Brazão começa hoje
A primeira sessão estava prevista para 05 de março, mas foi adiada para as 09:30 de hoje depois de o advogado da arguida, Jorge Pracana, ter contestado os pedidos de indemnização apresentados por "cinco ou seis vizinhos" da atriz, no valor de "dezenas de milhares de euros".
A 03 de junho de 2011, uma explosão ocorrida no quarto andar do número 73 da Avenida da República, em Algés, na casa da atriz, causou dois feridos e provocou estragos em dezenas de viaturas e várias casas vizinhas.
Segundo os exames toxicológicos realizados ao sangue e à urina, a atriz acusou, um dia após a explosão, 0,98 gramas/litro (g/l) de álcool no sangue, além de substâncias canabinoides, opiáceos e benzodiazepinas (ansiolíticos).
Perante estes dados, os responsáveis pelas análises concluíram que a arguida, no momento do incidente, teria uma taxa de 4,27 g/l de álcool no sangue.
"Isso são extrapolações feitas pelos técnicos, que terão de as explicar em julgamento. Penso que tudo isso vai ficar esclarecido em julgamento", afirmou Jorge Pracana à agência Lusa, na segunda-feira.
Tendo em conta a conduta negligente da atriz, o crime tem uma moldura penal até cinco anos de prisão.
Segundo a acusação, a arguida terá provocado uma libertação de gás intencional, através da abertura dos bicos do fogão, que provocou uma explosão que destruiu o seu apartamento, em Algés.
A investigação da Polícia Judiciária apontou no sentido de a atriz ter "intencionalmente aberto os bicos do fogão", provocando uma libertação excessiva de gás, "mas sem intenção de originar uma explosão no apartamento".
As autoridades concluíram que não era intenção da arguida, que sofreu queimaduras de 2.º e 3.º graus no corpo e esteve internada com prognóstico muito reservado, fazer explodir o seu apartamento.