O juiz Carlos Alexandre, a procuradora-geral da República, o ex-presidente da República e até o atual presidente. Nenhum escapa às críticas de José Sócrates na entrevista dada esta manhã à TSF, a primeira após as declarações de instrução na SIC e do adiamento do prazo do inquérito da Operação Marquês por 180 dias..José Sócrates, que já esta semana apresentara um pedido de recusa do juiz Carlos Alexandre, na sequência da entrevista deste à SIC, considerou hoje que este fez uma "insinuação torpe e covarde" a seu respeito, ao afirmar que não tinha dinheiro em contas de amigos.."Foi uma insinuação covarde e torpe que o sr. juiz fez a meu respeito", argumentou, considerando que Carlos Alexandre pretendeu insinuar que o dinheiro da conta do seu amigo Carlos Santos Silva é seu..Para Sócrates, trata-se de uma "insinuação gravíssima", além de "absurda e estapafúrdia", a ideia de que o dinheiro de Santos Silva é seu. "Isso é falso e injusto. Se alguma coisa está provada no processo, é que essa acusação é falsa", salientou..[artigo:5392284].Segundo Sócrates, o juiz "faltou e falhou aos seus deveres" ao fazer uma insinuação que pretendeu fazer um juízo de culpabilidade". "Fê-lo sem haver acusação, sem haver julgamento, abusou do seu poder, ultrapassou todas as fronteiras", argumentou..A procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, que esta semana informou que concedeu mais seis meses para a "realização de todas as diligências de investigação consideradas imprescindíveis" na Operação Marquês, "agiu de forma cínica", defendeu o ex-primeiro-ministro..[artigo:5392357].Para Sócrates, a decisão da PGR constitui uma violação da lei e um abuso de poder. O antigo governante acusou Joana Marques Vidal de cinismo quando anuncia que o processo vai ser acelerado..Cavaco Silva, que já era um dos alvos das críticas de Sócrates, voltou a sê-lo nesta entrevista à TSF. O antigo primeiro-ministro defendeu que o ex-presidente da República "organizou, planeou uma inventona contra um governo com vista a prejudicá-lo e a deitá-lo abaixo a poucos meses das eleições". Isto a propósito do caso das escutas e do livro "Na Sombra da Presidência", que o antigo assessor Fernando Lima acaba de lançar..[artigo:5392430].Marcelo Rebelo de Sousa também é criticado por Sócrates, que defendeu que o atual presidente deu um sinal político de apoio ao departamento responsável pela investigação da Operação Marquês, ao visitar a instituição..[artigo:5392305]."Ao visitar o DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal) uma semana antes daquilo que - já se estava mesmo a ver que era mais um adiamento (do prazo para a conclusão do inquérito da Operação Marquês) o Presidente da República decidiu tomar parte", afirmou Sócrates na entrevista à TSF.."Fez um sinal político que não me escapou. De quem entre aqueles que abusam do poder -- como é o caso do Ministério Público -- o Presidente da República decidiu assim, do ponto de vista simbólico, visitar o DCIAP para sinalizar que está do lado de uma instituição contra o indivíduo", sustentou o ex-primeiro-ministro socialista.