Juiz chama ex-tesoureiro do PP para explicar contas na Suiça

Um juiz da Audiência Nacional em Madrid convocou hoje o ex-tesoureiro do Partido Popular (PP) espanhol Luis Barcenas para prestar declarações no próximo dia 25 de fevereiro sobre as suas contas detetadas na Suíça.
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No auto, o juiz Pablo Ruz - juiz de instrução do caso conhecido como Gurtel, no qual Barcenas é um dos arguidos - explica que pretende analisar as últimas informações sobre essas contas, que chegaram a ter 22 milhões de euros.

No mesmo auto o juiz recusa ainda um pedido do PSOE - que pretendia que se investigasse a alegada existência de uma contabilidade paralela no PP --, considerando "não haver indícios que vinculem as contas com a denominada caixa B do PP", assunto, recorda, que está já a ser investigado pela Procuradoria Anticorrupção.

Ruz explica que o prazo de 20 dias antes da audição de Barcenas sobre as contas servirá para ter concluída a tradução dos documentos da comissão rogatória da Suíça e ainda para receber relatórios sobre o caso da Agência Tributária espanhola.

A imprensa espanhola tem noticiado nos últimos dias que Barcenas conseguiu 'lavar' parte desses fundos, declarando cerca de 11 milhões de euros durante o período em que vigorou uma amnistia fiscal aprovada pelo atual Governo do PP em 2012.

Num outro auto, o mesmo juiz convoca para audição, a 13 de fevereiro, o ex-alcaide de Pozuelo de Alarcon (arredores de Madrid), Jesus Sepulveda, ex-marido da atual ministra da Saúde, Ana Mato.

Sepulveda, arguido no processo Gurtel por ter, alegadamente, recebido subornos da rede envolvida no processo, demitiu-se do cargo em Pozuelo mas continua a ser funcionário pago do Partido Popular.

O juiz quer ouvir Sepulveda especificamente sobre nova informação que indica que a rede pagou vários gastos e entregou presentes à família do ex-autarca, incluindo a sua então mulher, Ana Mato, entre os anos 2000 e 2005.

Notícias sobre esses presentes -- os documentos foram entretanto publicados na imprensa -- levaram a oposição espanhola a exigir a demissão de Ana Mato, que negou qualquer envolvimento nos negócios do então marido.

A documentação já conhecida refere pagamentos de hotéis, aluguer de carros e bilhetes de avião em nome de Sepulveda, de Ana Mato e de vários membros da família, num valor total de 50.049 euros.

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