Juiz Brett Kavanaugh vence mais uma etapa no processo de nomeação

Senado norte-americano aprovou esta sexta-feira levar a nomeação do magistrado nomeado por Trump à votação final
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O controverso juiz Brett Kavanaugh passou esta sexta-feira mais uma etapa do processo para chegar ao Supremo Tribunal dos Estados Unidos. O Senado aprovou pela margem mínima - 51 votos a favor, 49 contra - avançar para a votação final, que deverá acontecer este sábado.

Apesar de alguns senadores terem votado de forma contrária à orientação do seu partido - a republicana eleita pelo Alasca Lisa Murkowski votou contra; o democrata Joe Manchin, da West Virginia, votou a favor.

Não é no entanto garantido que Kavanaugh seja confirmado na votação de sábado, apesar de à partida tudo indicar que tal acontecerá. Alguns senadores poderão entretanto mudar o seu voto.

Entretanto, pelo menos 302 pessoas foram detidas na quinta-feira por protestarem ilegalmente dentro do edifício do Senado dos Estados Unidos contra a nomeação de Brett Kavanaugh para juiz Supremo Tribunal, informaram as autoridades norte-americanas.

De acordo com a polícia dos EUA, os manifestantes começaram a protestar nos degraus do Capitólio, edifício onde se encontram o Senado e a Câmara dos Representantes.

Contudo e depois das autoridades bloquearem os degraus, os manifestantes dirigiram-se para dentro do átrio do Hart Senate Office Building, um de três edifícios de escritórios do Senado norte-americano.

"O FBI não corrobora" acusações

Na quinta-feira, o líder da maioria republicana do Senado norte-americano, Mitch McConnell, anunciou que a Câmara alta vai votar no sábado sobre a nomeação para o Supremo tribunal do juiz Brett Kavanaugh e na sequência da investigação do FBI sobre as acusações de assédio sexual que pendem sobre o magistrado.

"O que sabemos de certeza é que a investigação do FBI não corrobora nenhuma das acusações contra o juiz Kavanaugh. E, segundo, que temos por certo de que nada do que façamos agradará aos democratas", afirmou McConnell em conferência de imprensa, acompanhado por outros senadores republicanos.

Kavanaugh foi acusado publicamente por três mulheres de abusos sexuais, entre elas Christine Blasey Ford, que há uma semana contou a sua versão numa audiência pública perante o Senado sobre factos que supostamente ocorreram durante uma festa em 1982.

A débil maioria dos republicanos na Câmara alta, com 51 em 100 lugares, implica não permitir que quase nenhum dos seus representantes esteja ausente da votação, por necessitarem de pelo menos 50 votos para a confirmação de Kavanaugh.

No entanto, e após a investigação do FBI, que apenas se prolongou por cinco dias, dois dos senadores que questionavam o seu voto, Susan Collins e Jeff Flake, consideraram que os dados fornecidos pela investigação não confirmam as acusações contra o juiz apontado pelo Presidente Donald Trump.

"Esta pessoa está muito bem qualificada: é alguém que crê nos princípios das garantias processuais, a presunção de inocência e a disposição para servir. Por isso, o juiz Kavanaugh deve ser confirmado no sábado, assegurou o presidente do Comité judicial da Câmara alta, Chuck Grassley, que dirigiu esta avaliação.

No entanto, a pressão social contra a confirmação de Kavanaugh reforçou-se nos últimos dias, com centenas de mobilizações em todo o país.

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