O juiz que lidera o inquérito ao acidente com o avião da Spanair decidiu acusar três pessoas pelos crimes de homicídio e por danos: dois mecânicos e o chefe da manutenção que inspeccionou o aparelho quando este abortou a sua primeira tentativa de descolagem por avaria..Juan Javier Pérez afirma no auto, citado pelos media espanhóis, que a causa do acidente que matou 154 pessoas e deixou feridas outras 18, pode ter sido o bloqueio dos flaps e slats, mecanismos que ajudam o avião a fazer a descolagem. O juiz considera que este facto afectou a estabilidade do aparelho, um MD-82, fazendo com que ele perdesse altitude e acabasse por cair no solo..O avião acidentado iniciava a ligação entre as cidades de Madrid e Las Palmas, no dia 20 de Agosto, quando caiu e pegou fogo no terminal 4 do aeroporto de Barajas. O incêndio foi de tal ordem que houve necessidade da intervenção de helicópteros para o conseguirem apagar. A maioria das vítimas ficou carbonizada, tendo sido identificada através do ADN, antes de ser entregue às famílias..O juiz de instrução afirma ainda, com base nas conclusões do relatório preliminar da Comissão de Investigação de Acidentes, que o sistema de alarme não foi activado, porque o aparelho estava em modo de voo, o que significa que a configuração do avião estava incorrecta. Trata-se do sistema que deveria alertar os pilotos para o facto de flats e slats não estarem a funcionar devidamente..No mesmo dia em que foi conhecido o auto de acusação de Pérez, que insta os três técnicos a irem a tribunal no dia 12 de Novembro, o advogado que representa a Organização Promotora dos Incapacitados fez saber que esta tinha solicitado ao magistrado que obrigue a Spanair a depositar uma fiança de 154 milhões de euros como medida cautelar.