Juan Carlos começou a preparar abdicação na primavera de 2013
Na primavera de 2013, o então chefe da Casa Real, Rafael Spottorno, ficou surpreendido com a ordem que Juan Carlos lhe acabara de dar: "Vai estudando como se poderia organizar uma possível abdicação." Tinha passado um ano desde o chamado incidente do Botsuana: o então rei de Espanha fraturara a anca durante uma caçada de elefantes, quando era ele próprio presidente honorário da organização ambiental World Wild Fund de Espanha e uma licença para caçar elefantes naquele país custava entre sete e 30 mil euros. Teve de ser operado e após a cirurgia pediu desculpas aos espanhóis pelo que acontecera. Mas era tarde e sondagens publicadas pelos media nacionais acusavam uma certa fadiga em relação a Juan Carlos. Um ano depois, a 2 de junho de 2014, chegava a notícia da abdicação, a favor do filho - proclamado Felipe VI sete dias depois. Agora, numa entrevista concedida ao jornalista galego Fernando Ónega, Juan Carlos conta como tudo se processou e passa em revista as quase quatro décadas em que foi rei. O suplemento 'XL Semanal', do jornal 'ABC', publicou ontem excertos da entrevista, que consta do livro 'Juan Carlos I. El Hombre Que Pudo Reinar'.