Jovens fazem campanha para prevenir incêndios

Vestidos a rigor, com boné, colete refletor e crachá, crianças e jovens saíram hoje à rua no Gerês, Terras de Bouro, para distribuir recados e conselhos a residentes e visitantes sobre a importância da prevenção de fogos florestais.
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A iniciativa é da Secção de Programas Especiais (SPE) do Destacamento de Póvoa de Lanhoso da GNR, envolvendo também a Câmara Municipal e a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco (CPCJ).

"Se eu lhe disser que este ano, sobretudo naquele período crítico de março e abril, já ocorreram mais de 200 incêndios na área deste destacamento [Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho e Amares], perceberá facilmente a importância de ações como esta. Toda a sensibilização é pouca", disse à Lusa Nuno Cruz, responsável por aquela SPE.

Sublinhou que a sensibilização e prevenção assumem uma "importância acrescida" quando em causa está o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), considerado pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera.

Em 2010, os incêndios consumiram cerca dez mil hectares de área verde do PNPG, ou seja 11,7 por cento do parque.

Ana Maria, 14 anos, uma das participantes na ação de sensibilização no Gerês, tem um recado na ponta da língua: "Não façam queimadas, porque é com elas que começa grande parte dos incêndios".

Mais novo um ano, Luís é escuteiro, confessa-se um amante da natureza e deixa outro conselho: "No período em que é permitido fazer fogueiras, deve-se sempre colocar pedras à volta, para não deixar o fogo sair e não causar um incêndio grande".

A estes, Nuno Cruz acrescenta mais alguns conselhos, como não atirar as beatas dos cigarros pela janela do carro ou não deixar fósforos e isqueiros ao alcance das crianças.

"São conselhos simples, coisas que toda a gente sabe, mas que convém relembrar, porque é sabido que na origem de grande parte dos incêndios estão comportamentos negligentes", referiu.

Nos últimos dias, já decorreram duas outras ações de sensibilização idênticas, nas feiras de Terras de Bouro e da Póvoa de Lanhoso.

Algumas das crianças participantes estão a ser acompanhadas pela CPCJ.

"Sentimos que havia necessidade de promover alguma atividade diferente para ocupar as nossas crianças e os nossos jovens nas férias, e esta afigura-se duplamente válida, porque ao mesmo tempo que contribui para a socialização dos participantes também ajuda a proteger a natureza", referiu Filipa Moreira, responsável da CPCJ de Terras de Bouro.

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