Jovem salva no Bangladesh já tinha perdido esperança

Reshmi Begum, 19 anos, que passou 17 dias debaixo dos escombros do edifício que ruiu no Bangladesh e que foi salva na sexta-feira passada, afirmou esta segunda que "não imaginava" sair dali com vida.
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A jovem, que foi a última pessoa a ser resgatada com vida, saiu do quarto do hospital onde tem estado internada para contar aquilo que viveu enquanto esteve soterrada e admitiu que não pode ajudar um homem que estava ao lado dela.

"Ele pediu-me água, mas eu não pude ajudar. Ele morreu", contou. Reshmi - que tinha começado a trabalhar a 2 de abril e o edifício ruiu a 24 desse mês - sobreviveu com um ferimento na cabeça e graças a umas bolachas e água que tinha consigo. Agora, garante que não voltará a trabalhar no setor dos texteis.

As autoridades deram ontem por terminadas as buscas, com o balanço oficial de 1127 mortos, 2.438 feridos e 98 desaparecidos.

A tragédia chamou a atenção para a exploração e as péssimas condições laborais dos trabalhadores, desencadeando protestos dos operários e levando as autoridades do Bangladesh e algumas das marcas internacionais cujas roupas são ali confecionadas a anunciar medidas.

Várias marcas de roupa, entre as quais Mango, Primark, H&M, Inditex (que detém a Zara), Benetton ou Marks & Spencer, vão assinar um acordo sobre segurança no trabalho e prevenção de incêndios para evitar novas tragédias.

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