"Fui eu", disse ao coletivo de juízes a arguida, de 23 anos, que confirmou todos os factos relatados na acusação do Ministério Público, nomeadamente a compra "dois meses antes" de um garrafão de cinco litros de ácido sulfúrico..Segundo a acusação, para se vingar por a mãe não a ajudar, a arguida engendrou um plano para matá-la e, no dia 24 de julho de 2013, levou consigo o garrafão e dirigiu-se a Peniche, onde a mãe residia..Quando ficou sozinha com a progenitora e numa altura em que se deslocavam na rua, abriu a mochila onde trazia o garrafão e despejou-o sobre a mulher, doente oncológica dependente de uma botija de oxigénio..Em tribunal, negou a intenção de querer matá-la nesse dia, ao afirmar que "não estava lúcida e estava sob o efeito de drogas e álcool"..Também "queria fazer as pazes", tendo explicado aos juízes que, desde os nove anos que "fugia de casa porque a mãe não tomava conta de si e a vendia a outros homens para abusos sexuais".."A arguida, ao despejar ácido sulfúrico sobre a cabeça e tronco da vítima, escolheu zonas vitais do corpo e conhecia a capacidade corrosiva e letal do ácido e os efeitos mortais das lesões no organismo", refere o Ministério Público..A vítima, de 54 anos, foi transportada de helicóptero, de urgência e em risco de vida, para a unidade de queimados do Centro Hospitalar de Lisboa Central, onde morreu a 20 de agosto..A arguida apanhou um táxi para fugir da cidade e, apesar de ter sofrido também queimaduras ao ser atingida com salpicos do líquido, não se dirigiu ao hospital..A agressora, que foi condenada em 2012 por ofensas à integridade física infligidas sobre outra pessoa, foi detida dois dias depois nas Caldas da Rainha pela PSP e está a aguardar julgamento em prisão preventiva desde essa altura. .O julgamento chegou a estar agendado para 26 de março, mas foi adiado para hoje, uma vez que a defesa requereu a realização de uma perícia psiquiátrica para avaliar sobre a perigosidade e eventual imputabilidade da arguida.