José Pedro Gomes: "Foi a terceira vez que me tiraram o tapete"
Em entrevista a Cristina Ferreira, transmitida hoje no programa Você na TV, José Pedro Gomes recordou os cerca de três meses em que esteve hospitalizado, no início deste ano, na sequência de uma pneumonia grave, chegando a ter estado em coma induzido durante mais de um mês.
"De repente, tiraram-me o tapete e já foi a terceira vez que me tiraram o tapete. Há de ser uma grande sorte ou alguma coisa que não sei explicar", começou por frisar o ator de 64 anos, que regressa aos palcos a 14 de setembro com a peça Filho da Treta, no Casino Lisboa, ao lado de António Machado. Sobre o período que esteve em coma, contou: "Desapareceu-me um mês e tal inteiro, não me lembro de nada, não estava cá, estava num túnel. [...] Durante esse mês e tal estava quase a morrer, mas era para eles, eu estava a dormir. Não vi nada, não ouvi vozes. Sossegadinho".
Apesar de confessar que não gosta de "viver a olhar para trás", José Pedro Gomes recordou com carinho uma visita especial durante o tempo em que esteve internado no Hospital de Cascais, entre o final de janeiro e abril: a do Presidente da República, que se lembrava de um dia, há "três ou quatro anos", em que se cruzaram num bar de praia.
"O professor Marcelo foi-me visitar. [...] Não tinha ligação com ele. Mas o professor lembrava-se desse dia em que eu e o António Machado [que imita frequentemente a voz do presidente] estávamos no café onde ele foi trocar de roupa, depois de um mergulho. Ele chegou ali e eu assisti a dois professores Marcelos a falarem um com o outro. Aquilo ficou registado na cabeça do professor. Foi uma coisa extraordinária", contou José Pedro Gomes, entre risos.
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O ator e humorista admitiu que um dos momentos mais complicados foi quando ainda não conseguia comunicar com a equipa de enfermeiros, frisou que perdeu 17 quilos de massa muscular durante a sua hospitalização e recordou a dificuldade que teve na primeira vez que se conseguiu levantar. "A primeira vez já foi três semanas depois de ter acordado do coma. Só para ir na cadeira de rodas até à casa de banho foram 12 horas de trabalho numa mina de sal ou numa mina de ouro, mas sem veres o ouro", disse o ator, bem-disposto.