José Couceiro: tentar levar a final para os penáltis seria "um erro crasso"
"É natural que as equipas estejam mais cautelosas, porque está um título em jogo". Mas isso não significa que o Vitória de Setúbal vá jogar à defesa na final da Taça da Liga, este sábado, em Braga, frente ao Sporting, tentando levar a decisão para o desempate através da marcação de grandes penalidades: "Ninguém pode entrar num jogo destes a pensar que vai levar o 0-0 até aos 90 minutos: isso é um erro crasso", sublinhou o treinador do emblema sadino, José Couceiro, esta sexta-feira, na conferência de imprensa conjunta de antevisão do encontro decisivo.
Apesar da diferença entre as armas ao dispor de ambos os lados, "as duas equipas tentarão ganhar o jogo, com certeza", notou o técnico do Vitória. "Quando se chega a esta fase da competição, todos sonham em vencer o troféu. O pensamento é idêntico, o sonho é idêntico, mesmo com recursos diferentes", explicou Couceiro, refutando a ideia de lutar por conservar o 0-0. "O anormal é não haver golos. Nós também temos de pensar em marcar. Se não, não estamos cá a fazer nada", sublinhou.
Há uma semana, Vitória de Setúbal e Sporting empataram (1-1, no Bonfim), para a 19.ª jornada da I Liga com os sadinos a chegarem à igualdade em cima do minuto 90. Agora, no momento do reencontro, José Couceiro espera uma partida distinta. "Os jogos têm histórias diferentes, esta não vai ser a mesma do anterior. Sei a história que gostava que acontecesse. Mas agora nenhum de nós vai abrir o jogo", disse o treinador, sentado à direita do homólogo sportinguista, Jorge Jesus, na conferência de imprensa que juntou os adversários da final da Taça da Liga.
Os treinadores também responderam a perguntas cruzadas sobre as qualidades do homólogo ou qual jogador excluiriam, se pudessem, da equipa rival. "Jorge Jesus é um apaixonado pelo jogo, muito focado. Faz tudo para ganhar, é perspicaz na forma como aborda estes momentos", destacou José Couceiro, hesitando depois sobre qual jogador tiraria ao "conjunto muito bom" da equipa leonina. "Bas Dost dá-nos muito trabalho: seria uma possibilidade. Mas talvez [excluísse] o Bruno Fernandes, que cada vez entende melhor o jogo, é defensiva e ofensivamente forte, consegue fazer mais do que uma posição e marcar golos. Já é um jogador de top e tem condições para crescer ainda mais", apontou.
Tanto elogio não abala, todavia, a confiança do treinador sadino, até porque o Vitória de Setúbal que venceu a primeira edição da Taça da Liga, em 2008 - deu, nos últimos encontros, uma sapatada na crise que o abalou até dezembro. "Nós estamos há sete jogos sem perder, é uma diferença de 20 [em relação ao Sporting, que ainda não foi derrotado esta época, em competições nacionais]. Independentemente do que se passou até aqui e das dificuldades que temos, agora só há um objetivo, que é ganhar o jogo", fixou.