Jornalista que agrediu refugiados ganhou um prémio

Húngara foi premiada por um documentário sobre um conflito que criou 200 mil refugiados húngaros em 1956
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A jornalista húngara que foi filmada a pontapear e a fazer rasteiras a refugiados na fronteira da Hungria com a Sérvia em 2015 recebeu um prémio por um documentário sobre a revolução húngara de 1956, um conflito que gerou cerca de 200 mil refugiados húngaros.

Petra Lazlo ficou conhecida por ter agredido refugiados, tendo feito até uma rasteira a um refugiado sírio que levava um criança ao colo. Na altura, a operadora de câmara foi despedida da estação televisiva ligada à extrema-direita onde trabalhava e foi duramente criticada. Nas redes sociais, chamaram-na "a jornalista mais odiada do mundo".

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Lazlo desapareceu do olhar do público desde então, até que foi vista esta sexta-feira, segundo o Financial Times, a receber um prémio por ter editado National Strangers, um filme de 32 minutos sobre como os húngaros enfrentaram o domínio do exército soviético em novembro de 1956,l realizado pelo marido Gabor Laszlo.

Na disputa, morreram cerca de três mil pessoas e muitas outras fugiram para os países do ocidente.

Apesar das semelhanças, o governo tem feito um esforço para impedir qualquer comparação com a crise de refugiados atual.

Zoltan Kovács, porta-voz do governo, escreveu um artigo na internet com o título, Não, os refugiados húngaros de 1956 não são iguais aos refugiados de hoje. No texto, o político afirma que as motivações e as nacionalidades das pessoas são diferentes e até a cultura.

"A cultura destes migrantes definitivamente não tem nenhuma relação com a nossa cultura judaico-cristã", escreve Zoltan Kovács. "Não podemos ignorar o elefante na sala e fingir que a assimilação deles na Europa não é um problema".

A Hungria tem sido um dos países mais reticentes à aceitação do sistema de quotas de refugiados por país proposta pela União Europeia.

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