Jornalista pede perdão para ex-mordomo do Papa

O jornalista italiano Gianluigi Nuzzi, autor do livro que originou o caso conhecido como 'Vatileaks', veio defender as ações do mordomo de Bento XVI, dizendo que este estava apenas a tentar proteger o Papa dos "lobos" que andavam à sua volta.
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Nuzzi pediu a Bento XVI que perdoe o seu mordomo. Paolo Gabriele foi condenado a 18 meses de prisão no passado sábado, depois de ter sido declarado culpado pelo Tribunal do Vaticano do roubo de documentos confidenciais do escritório do Papa. O mordomo está em prisão domiciliária na Cidade do Vaticano, na expetativa de um eventual perdão papal.

O jornalista revelou ainda que vários cardeais e bispos procuraram o mordomo na esperança de que poderiam comunicar através deste o seu descontentamento acerca dos jogos de poder e das intrigas que alegadamente existiam no centro da Igreja Católica. "Pouco a pouco, Paolo Gabriele tornou-se confidente daqueles que, como ele, estavam divididos entre a sincera admiração pelo Papa e a preocupação em relação às manobras feitas nos bastidores", contou o jornalista num artigo publicado em vários jornais europeus.

Segundo o 'The Telegraph', Gabriele confessou no seu julgamento que entregou os documentos a Gianluigi Nuzzi porque queria dar conhecimento da "maldade e corrupção" que testemunhava no Vaticano e que acreditava estar a ser escondida do Papa. O jornalista defende ainda que o julgamento, que contou apenas com quatro audiências, não explicou as verdadeiras motivações do mordomo. "De acordo com ele, Bento XVI é um homem puro no meio de lobos", disse o jornalista.

Muitas das questões trazidas à luz pelo antigo colaborador do Vaticano ainda não foram explicadas, "mas fazem entender a frustração de um homem que, quando confrontado com as intrigas, compreendeu a fragilidade do seu pastor numa batalha entre o bem e o mal", finalizou o jornalista.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, declarou, por seu lado, que o perdão papal é "muito provável", avançou a BBC.

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