Jornalista grávida retida no Afeganistão vai regressar à Nova Zelândia

Após meses a pedir autorização para poder regressar ao seu país, a jornalista Charlotte Bellis vai poder voltar para a Nova Zelândia para o nascimento da sua filha.
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O governo da Nova Zelândia já aceitou receber a jornalista grávida que teve a entrada negada no país devido às medidas restritivas de prevenção à covid-19. A cidadã neozelandesa tinha sido forçada a pedir ajuda ao regime Talibã, que ofereceu refúgio no Afeganistão, após não conseguir permissão para regressar ao seu país.

A repórter Charlotte Bellis, de 35 anos, confirmou esta terça-feira que vai regressar à Nova Zelândia para o nascimento da sua filha, depois de o governo lhe conceder uma vaga numa área de quarentena do país.

"Estamos emocionados por voltar a casa e estar rodeados de familiares e amigos num momento tão especial", disse Bellis em comunicado, onde agradeceu o apoio da população.

O caso de Bellis ficou conhecido internacionalmente por demonstrar as dificuldades dos cidadãos neozelandeses em regressar ao país e gerou pressão para que o governo de Jacinda Ardern flexibilize as regras fronteiriças.

As fronteiras da Nova Zelândia permaneceram fechadas durante os últimos dois anos para controlar a propagação do coronavírus. O país tem apenas 800 quartos de quarentena por mês para neozelandeses e estrangeiros com visto que precisam de regressar ao país com urgência.

A jornalista trabalhava para o canal Al Jazeera em Cabul quando os talibãs tomaram poder sobre o Afeganistão. Charlotte descobriu que estava grávida na sede da empresa em Doha, Catar, que proíbe a gravidez fora do casamento.

A jornalista decidiu manter a situação em sigilo enquanto preparava o regresso para a Nova Zelândia, no entanto, as autoridades neozelandesas informaram que não se qualificava para tal. Bellis decidiu então entrar em contacto com autoridades talibãs no Afeganistão que lhe prestaram ajuda.

"Quando os talibãs oferecem um local seguro a uma mulher grávida e solteira, sabemos que se está numa situação complicada", admitiu a jornalista.

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