Jorge Reis no Hot Clube e no site do DN, em direto

Hoje e amanhã o clube lisboeta recebe novas sessões do ciclo "Histórias de jazz em Portugal", que o site do DN transmite em direto a partir das 21:30.
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Jorge Reis tem formação clássica, tendo, inclusivamente, ingressado na Orquestra Sinfónica da RDP, mas foi no jazz que se destacou ao longo das últimas três décadas. Entre hoje e amanhã este saxofonista vai ser o músico-pivô do ciclo "Histórias de jazz em Portugal", a bordo do qual apresentará amanhã um concerto com uma nova formação.

Desafiado por António Curvelo e Manuel Jorge Veloso, organizadores deste ciclo, a escolher livremente os músicos para o acompanharem nessa atuação, Jorge Reis optou, desde logo, por não nomear nenhum dos músicos que já tinham trabalhado consigo no álbum que lançou como líder em 2003, Pueblos. Feita a primeira triagem, convidou João Paulo Esteves da Silva (piano), Jeffery Davis (vibrafone), João Hasselberg (contrabaixo) e Luís Candeias (bateria), músicos com quem já tinha tocado, mas não nesta formação, dando, por isso, um carácter inédito ao concerto de amanhã no Hot Clube de Portugal. Além disso, o saxofonista avançou ao DN que dois dos temas que se vão ouvir foram compostos propositadamente para a ocasião.

A sua música também se fará ouvir esta noite pelo combo da Escola Superior de Música de Lisboa, formado por Ricardo Toscano (saxofone), Paulo Santo (vibrafone) Gonçalo Neto (guitarra), Romeu Tristão (contrabaixo) e João Pereira (bateria), que vão interpretar várias composições da sua autoria. "Fico muito gratificado [com a oportunidade]. Isto permite apontar a minha música para caminhos novos, sendo um privilégio poder nomear pessoas que estão aí a dar cartas, que vão ser importantes e alguns já têm atividade profissional", contou o músico. Mas Jorge Reis não deixou de confessar que a escolha destes músicos "foi complicada porque há muito talento".

Aliás, na opinião do saxofonista, "tem-se dado um aumento quantitativo e qualitativo" nos músicos dedicados ao jazz em Portugal, dada a proliferação de escolas nos últimos anos. No entanto, dada a "conjuntura política e económica torna-se difícil garantir que as fornadas de músicos que saem das escolas têm oportunidades de trabalho".

O panorama hoje é bem diferente daquele que encontrou quando, em 1983, foi para a escola do Hot Clube e assim se começou a envolver ativamente no jazz. "Nos anos 1980 contavam-se pelos dedos das mãos [os músicos de jazz]. Já nos anos 1990 começaram a surgir músicos que foram estudar para os Estados Unidos e Holanda e foi a partir daí que o nível de qualidade começou a subir", lembra.

Anos depois de entrar na escola do Hot veio também a fazer parte do Sexteto de Jazz de Lisboa, ao lado de músicos como Mário Laginha, Mário Barreiros ou TomásPimentel. E apesar de manter o gosto pela música clássica da sua formação, o jazz tornou-se preponderante no seu percurso: "Gosto muito de executar trabalhos de outros compositores, gosto muito de peças para orquestras sinfónicas, mas o jazz e a possibilidade de nos improvisos compor em tempo real é muito estimulante."

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