Jorge Lima, um velejador olímpico na Regata de Portugal
Jorge Lima falou ao DN minutos antes de embarcar no trimarã que comandou na Regata de Portugal. "Ansioso" e "entusiasmado" por zarpar na companhia de Gustavo Lima (Irmão e antigo velejador olímpico) e José Costa, elogiou o evento que lhe permite treinar para os Jogos Olímpicos de Tóquio2020. " É um evento superespecial, espero que venha muita gente, vai ser uma regata de alto nível, cheia de adversários com nome a nível internacional e nós vamos tentar ganhar", revelou o velejador, que terminou o primeiro dia em terceiro (entre oito barcos).
Para o português é bom ter adversários do nível dos presentes na Regata. "Nesta altura estamos a entrar no último ano de preparação para os JO e este evento embora seja nuns barcos diferentes tem características idênticas, sendo um barco rápido em que há muito contacto entre embarcações, é o ideal para começar, muito bom mesmo", confessou.
Os Jogos Olímpicos "são o sonho de uma vida". E por isso, para o velejador há que lutar por eles: "Acordamos a pensar nisso, dormimos a pensar nisso, é tudo focado nos Jogos e está quase, falta um ano..." No caso dele, já está apurado. "Sim, já garantimos a qualificação, o que era muito difícil ainda mais para nós que vínhamos de uma fase de pouco treino devido a lesões, mas mesmo assim conseguimos o resultado que nos coloca em Tóquio2020. Agora o foco já não é na qualificação, mas o treino para os Jogos. Agora estamos mais aliviados, depois a tensão vai subir...", confessou o atleta olímpico, que gosta de "manter o contacto" com o barco até às provas começarem.
A preparação final para os JO pode levar semanas ou meses: " Na verdade para a maior parte das equipas já começou, porque já quase todos foram ao Japão ao local da competição para testar os barcos. Nós iremos em julho e depois em agosto outra vez, A preparação passa muito por aí, manter a parte física sempre ao mais alto nível, praticar ao máximo no barco e depois ir praticar na zona da prova para conhecer as características de vento e de mar, isso conta muito", explicou, revelando que o trabalho físico e nutricional é coisa para "levar a sério" o ano todo: "Só nas férias podemos relaxar um pouco, até para desligar a cabeça um pouco..."
Entrou na vela pela mão do pai e influência do irmão: "Comecei por volta dos oito anos. O meu pai era todo surfista e levou o meu irmão Gustavo [atleta olímpico] para a vela, ele começou a dar-se bastante bem, eu também fui para experimentar, também me dei bastante bem logo de início e comecei a competir e já não larguei mais a competição, até que um dia tomei a decisão de apontar aos Jogos Olímpicos quando tinha 22 anos e desde então continuo como profissional."
Quanto está no barco gosta de "várias coisas". "Tenho uma paixão muito grande pela vela por não haver motor, não haver barulho, é tudo à base do vento e do mar, ligação total com a natureza, é uma coisa que a mim me fascina muito, assim como a parte do competir, adoro competir", confessou Jorge Lima ao DN.