Jordi Pujol abdica de privilégios em nome da Catalunha
O anúncio foi feito, numa conferência de imprensa inesperada, pelo seu delfim, Artur Mas. "Com dor", mas "sem raiva", atual presidente da Generalitat da Catalunha, referiu que "o país [Catalunha] está acima de qualquer pessoa, por mais importante que seja" e que, por mútuo acordo, ficou decidido que Jordi Pujol renúncia a tudo o que tinha direito: pensão vitalícia, apartamento no centro de Barcelona, secretárias particulares, carro com motorista, guarda-costas, e os títulos de presidente honorário da Convergência e União (CiU) e da Convergência Democrática da Catalunha (CDC).
A decisão foi tomada depois de Jordi Pujol ter admitido, na sexta-feira, que durante 30 anos manteve escondida no estrangeiro (Andorra) a fortuna que herdou do pai (que será de quatro milhões de euros), sem pagar impostos. Na ocasião, Artur Mas referiu que se tratava de um assunto familiar, mas hoje teve de dar a mão à palmatória, depois da polémica e das exigências da oposição, que pressionam a justiça e o fisco a investigar. A luta pela independência da Catalunha, com planos para um referendo a 9 de novembro, estava em perigo.