A multinacional norte-americana Johnson & Johnson foi condenada, esta quinta-feira, a indemnizar em mais de quatro mil milhões de euros 22 mulheres que afirmam ter desenvolvido cancro do ovário depois de utilizarem produtos da marca..O veredicto foi conhecido depois de cinco semanas de testemunhos e alegações por parte de vários especialistas da defesa e da acusação, num tribunal de St. Louis, no estado do Missouri..Durante o julgamento, especialistas médicos testemunharam que o amianto, famoso cancerígeno, é misturado com o talco mineral, principal ingrediente do pó talco da Johnson & Johnson (J&J)..De acordo com o principal advogado da acusação Mark Lanier, "a multinacional encobriu provas da existência de amianto nos seus produtos durante mais de 40 anos"..A acusação garantiu que foram encontradas fibras de amianto e partículas de talco nos tecidos dos ovários de muitas mulheres.."A Johnson & Johnson continua confiante de que os seus produtos não contêm amianto e não causaram cancro. Vamos prová-lo", retorquiu a porta-voz da empresa Carol Goodrich.."Esperamos que este veredicto chame a atenção da direção da J&J e que a leve a informar melhor a comunidade médica e o público sobre a ligação entre o amianto, o talco e o cancro do ovário", disse Lanier, apelando para a retirada do produto do mercado antes que cause "mais angústia e vítimas desta doença terrível"..A empresa foi processada por mais de 9.000 mulheres que afirmaram que o pó de talco contribuiu para o desenvolvimento do cancro do ovário..Seis das 22 queixosas morreram na sequência da doença.