Jogadores da NBA vão usar anel inteligente para detetar covid-19
As equipas da NBA, a liga profissional americana de basquetebol, vão concentrar-se em Orlando, no complexo da Disney World, para retomarem o campeonato. Mas antes que esta operação gigantesca comece - os treinos iniciam-se no dia 9 e os jogos a 30 de julho - os jogadores tiveram de assinar um plano de retoma, de 100 páginas, no qual estão discriminadas todas as medidas de segurança para salvaguardar a saúde de todos.
Além dos protocolos de segurança, do distanciamento social e os muitos testes a que têm de ser submetidos, os jogadores vão poder testar uma nova tecnologia que promete ser revolucionária: um anel inteligente que servirá para detetar precocemente eventuais infeções de covid-19 a todos aqueles que vão fazer parte deste autêntico confinamento do circo da NBA na Disney.
Trata-se de um anel leve, de titânio, que foi projetado pela empresa finlandesa Oura e custa entre 267 e 356 euros. O anel, parecido com uma aliança de casamento, é resistente à água, tem uma bateria que dura sete dias e contém sensores que rastreiam sinais vitais de cada atleta, como sejam a frequência cardíaca, a frequência respiratória e a temperatura corporal.
Uma vez recolhidos os dados do anel, são inseridos num algoritmo que permite prever o aparecimento de sintomas de covid-19 com três dias de antecedência, sendo garantida uma fiabilidade de 90% pela empresa Oura Health, na sequência de um estudo que elaborou com o Instituto de Neurociências West Verginia Rockfeller.
Os dados do anel inteligente serão analisados pela Universidade de Michigan para ser criado um índice de risco de doença. Neste contexto, os atletas, treinadores ou funcionários das equipas da NBA que participem neste projeto, uma vez que o seu uso não é obrigatório, terão acesso aos seus dados. No entanto, as informações apenas serão associadas à identidade das pessoas se o índice de probabilidade de doença ultrapassar os níveis considerados aceitáveis.
Além dos anéis, a NBA usará ainda outras tecnologias inteligentes: termómetros de medição da temperatura corporal, oxímetros para medir os níveis de saturação de oxigénio no sangue, alarmes de proximidade que avisam para quando as pessoas estão em contacto mais do que o tempo aconselhável (a menos 1,83 metros durante mais de cinco segundos) e Disney Magic Bands, que não é mais do que um passe de entrada no parque e nos quartos, além de servirem igualmente como chaves de pagamento que terão de ser utilizados sempre - à exceção de quando tiverem em treinos ou jogos.
Este conjunto de tecnologias está, no entanto, a levantar algumas questões entre os basquetebolistas, nomeadamente preocupação no que diz respeito à eventual violação da privacidade. Entretanto, Adam Silver, comissário da NBA, admitiu que se trata de "um enorme sacrifício" a que todos estão sujeitos. "Não é uma situação ideal tentar encontrar um novo normal no meio de uma pandemia", recordou.