João Semedo defende renegociação da dívida com credores

O coordenador do BE, João Semedo, afirmou hoje que a redução orçamental de quatro mil milhões de euros proposta pelo governo é inaceitável e defendeu uma negociação direta com os credores para a reestruturação da dívida pública portuguesa.
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"Nesta sétima avaliação da 'troika', o que o Governo devia fazer era pôr de lado o memorando e negociar diretamente com os credores um programa de reestruturação da dívida pública", disse.

"Não basta baixar os juros ou adiar o seu pagamento, é preciso reduzir a dívida, porque o país não tem condições de pagar uma dívida que não para de crescer", acrescentou, lembrando que a dívida pública já é superior ao que estava previsto que fosse no final do programa de ajuda financeira, em 2014.

Para o dirigente do BE, não são aceitáveis os cortes orçamentais de tão grande dimensão, quando há um milhão de desempregados que não recebe qualquer subsídio do Estado.

João Semedo falava aos jornalistas no final de uma visita a diversas unidades locais de saúde do litoral alentejano, que culminou no posto de saúde de Grândola.

Para o dirigente do Bloco de Esquerda, os cortes orçamentais na área da saúde também estão a ter consequências graves, pelo que "não é possível resistir muito mais tempo".

"Os cortes orçamentais têm prejudicado o funcionamento das unidades de saúde e têm impedido, também por outras razões, que haja o número médicos suficiente para atender uma população na ordem dos 100 mil habitantes", disse.

"Isto faz-nos pensar o que seria o SNS (Serviço Nacional de Saúde) se o Governo conseguisse concretizar o plano de cortar quatro mil milhões de euros nos serviços públicos e nos direitos sociais. O que ficaria, o que restaria do SNS se houvesse um corte desta dimensão", questionou o dirigente bloquista.

Para João Semedo, trata-se de dinheiro absolutamente necessário para dar resposta às necessidades dos mais desfavorecidos, depois de vários anos de austeridade.

"Se as pessoas não tivessem SNS, as pessoas não teriam onde se tratar, se não houvesse escola pública as famílias não teriam onde pôr os seus filhos a estudar", disse.

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