Fonte federativa confirmou à agência Lusa que João Rodrigues, suspenso por quatro anos pela União Ciclista Internacional (UCI) devido a anomalias no passaporte biológico, e outros três anos pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) por "posse de método proibido", só vê apagados os resultados nas Voltas a Portugal de 2018 e 2021, assim como os obtidos entre 24 de abril e 15 de julho de 2022..A FPC pediu esclarecimentos à UCI sobre os resultados que deveriam ser retirados ao corredor, uma vez que a informação inscrita na lista de suspensões daquele organismo, hoje atualizada, era dúbia..Assim, o algarvio de 27 anos, que representava a W52-FC Porto e está envolvido na operação 'Prova Limpa', mantém os resultados de maior relevo da sua carreira, nomeadamente o triunfo na Volta a Portugal de 2019 e na Volta ao Algarve de 2021..Rodrigues perde, contudo, o sétimo lugar na geral da Volta de 2018, mas conserva também o triunfo na Volta ao Alentejo de 2019..O algarvio foi suspenso por sete anos, enquanto outros seis ciclistas da W52-FC Porto receberam sanções de três anos da ADoP, que esclareceu que a sanção por si aplicada a Rodrigues vai vigorar "entre 15 de julho de 2026 e 14 de julho de 2029, após cumprimento da sanção de quatro anos imposta pela UCI"..Rui Vinhas e Ricardo Mestre, vencedores da Volta a Portugal em 2016 e 2011, respetivamente, são sancionados por três anos, por "posse de substância proibida e método proibido", o mesmo motivo evocado pela ADoP para suspender por igual período Ricardo Vilela, Daniel Mestre, José Neves e Samuel Caldeira..Vinhas e Daniel Mestre, vencedor da classificação por pontos da Volta 2019, foram castigados por posse de betametasona (um corticoide), enquanto José Neves, campeão nacional de fundo em 2021 e vencedor do Grande Prémio Douro Internacional esta época -- prova que irá ser 'apagada' do seu palmarés -, Ricardo Mestre e Ricardo Vilela estavam na posse de hormonas de crescimento..Tal como Mestre e Vilela, também Samuel Cadeira, que era o 'capitão' da equipa na estrada, tinha somatropina e hormona de crescimento, além de insulina..A ADoP esclarece ainda que os sete ciclistas tiveram as sanções reduzidas de quatro para três anos ao abrigo do "n.º 16 do artigo 83 da Lei n.º 81/2021", que prevê que "se o praticante admitir a violação da norma antidopagem e aceitar o período de suspensão, pode beneficiar de uma redução de um ano no período de suspensão"..No final de abril, 10 ciclistas da W52-FC Porto foram constituídos arguidos e o diretor desportivo da equipa, Nuno Ribeiro, foi mesmo detido, assim como o seu adjunto, José Rodrigues, no decurso da operação 'Prova Limpa', a cargo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto..Na operação policial, "foram apreendidas diversas substâncias e instrumentos clínicos, usados no treino dos atletas e com impacto no seu rendimento desportivo", detalhou então a Polícia Judiciária..Em 15 de julho, oito ciclistas (João Rodrigues, Joni Brandão, Rui Vinhas, Ricardo Mestre, Ricardo Vilela, José Gonçalves, Samuel Caldeira e Daniel Mestre) foram suspensos preventivamente pela ADoP, que, em finais de agosto, suspendeu também José Neves e Jorge Magalhães..A UCI viria a retirar a licença desportiva à W52-FC Porto antes da Volta a Portugal.