Joacine Moreira fora da única lista candidata à direção do Livre
A estreia da única deputada do Livre, Joacine Katar Moreira, na Assembleia da República abriu vários pontos de discórdia entre os membros do partido. E a uma semana da eleição da nova direção executiva, o nome da deputada foi afastado da única lista candidata.
Segundo o jornal Público, Joacine, que faz parte da atual direção, chegou a estar presente numa das versões da lista de candidato, mas foi retirada entretanto. Entre os 15 candidatos ao grupo de contacto [a direção], figuram sete membros que já integram a direção do partido, em funções até ao próximo fim de semana. São eles Pedro Mendonça, Ana Raposo Marques, Isabel Mendes Lopes, Pedro Nunes Rodrigues, Carlos Teixeira, Safaa Dib e Patrícia Gonçalves.
Apresentam-se ainda como candidatos Ana de Morais e Castro, Tomás Cardoso Pereira, Maria Janeiro, Filipa Gonçalves Pinto, Filipe Fernandes Honório, Henrique Vasconcelos, João Monteiro e Teresa da Mota, de acordo com a informação divulgada no site do partido. O IX Congresso marcado para 18 e 19 de janeiro decidirá o rumo do Livre nos próximos dois anos e os resultado da votação serão conhecidos no segundo dia da reunião.
O prazo limite para formalizar uma candidatura à presidência do partido terminou esta sexta-feira, depois de ter sido prolongado para depois da votação do Orçamento do Estado, aprovado na generalidade, com o Livre a abster-se. O Livre foi o único partido a revelar o sentido de voto já com a discussão do documento a decorrer no Parlamento.
O partido conseguiu eleger, pela primeira vez, uma deputada à Assembleia da República nas últimas eleições legislativas. Mas o clima entre a direção do Livre e a deputada nem sempre tem sido pacífico. No final do mês de novembro, na sequência da abstenção de Joacine Katar Moreira num voto no Parlamento sobre a Palestina, gerou-se um conflito e troca de acusações entre o Grupo de Contacto, a deputada e o seu gabinete, que chegou mesmo a obrigar a Comissão de Ética e Arbitragem a elaborar um parecer sobre esta polémica.
O partido decidiu não aplicar qualquer sanção disciplinar à sua deputada única devido a esta polémica, mas lamentou as declarações públicas de Joacine Katar Moreira, agora afastada da direção executiva.
Para a Assembleia pode candidatar-se qualquer membro que cumpra os requisitos, enquanto para o Grupo de Contacto e para o Conselho de Jurisdição têm que ser apresentadas listas, devendo em ambos os casos ser respeitada a paridade. No caso do Grupo de Contacto, as listas candidatas, que devem ser compostas por 15 efetivos e dois suplentes, "devem ser acompanhadas de um Plano de Trabalho e de uma Moção de Estratégia Geral".
As moções específicas ao congresso podem ser apresentadas por qualquer membro ou apoiante do Livre, mas para "irem à votação no congresso precisam de ser subscritas por um mínimo de cinco membros e apoiantes", apesar de poderem ser apresentadas "sem esse número mínimo" e depois, até ao dia do congresso, recolherem as subscrições necessárias.
Com Lusa