"Jihadistas" cortam barba para passar despercebidos

Elementos do Estado Islâmico estão a preparar-se para o caso de cidade de Mossul voltar para o controlo do governo iraquiano
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Residentes em Mossul relataram hoje que 'jihadistas' do grupo Estado Islâmico, que controla aquela cidade iraquiana, estão a cortar as barbas e a mudar de esconderijos para passarem despercebidos caso a cidade seja retomada pelas forças governamentais.

A notícia surge ao décimo dia da ofensiva contra Mossul, um reduto do Estado Islâmico no Iraque que estará prestes a ser tomado por uma coligação composta por dezenas de milhar de forças regulares e tropas especiais iraquianas, milícias xiitas, forças tribais sunitas e milícias curdas (Peshmergas), apoiada por aviação norte-americana, britânica e francesa.

Unidades de elite iraquianas chegaram hoje a cinco quilómetros de Mossul na frente de ataque pelo Leste da cidade. Vários residentes na cidade ouvidos pela agência France Presse deram conta de que os 'jihadistas' estão a preparar-se para o derradeiro ataque à cidade.

"Vi alguns membros do Estado Islâmico (EI) e eles estão completamente diferentes desde a última vez que os tinha visto", contou Abu Saif, morador na parte leste de Mossul.

"Apararam as barbas e mudaram de roupa", disse o antigo empresário, sublinhando que os jihadistas "devem estar assustados", uma vez que "também devem estar a preparar-se para fugir da cidade".

Vários residentes e responsáveis militares disseram que muitos combatentes do Estado Islâmico estão a mudar de esconderijos dentro da cidade, da parte leste de Mossul para os bastiões tradicionais na margem oeste do rio Tigre, mais perto de rotas de fuga para a Síria.

Os mesmos residentes também relataram que já conseguem ouvir os sons dos combates nas frentes Norte e Leste da ofensiva contra Mossul. Por outro lado, deram conta que os aviões norte-americanos estão a voar mais baixo do que o costume.

As forças da coligação têm vindo a tomar uma série de aldeias e vilas nas redondezas de Mossul, enfrentando fogo de artilharia, franco-atiradores e bombistas suicidas em veículos armadilhados.

Os militares iraquianos e ocidentais acreditam que Mossul é defendida por entre 3.000 a 5.000 combatentes do Estado Islâmico.

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