Jesus nega Benfica e FC Porto, fala da seleção brasileira e chora a falar do pai

Treinador do Flamengo jura que não existiram contactos para voltar já a Portugal. E conta, emocionado, que foi um pedido do pai nos últimos tempos de vida que o levaram a aceitar treinar o Sporting.
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Jorge Jesus abriu o livro numa entrevista à Fox Sports Brasil, na qual garantiu que, apesar de o seu nome ser constantemente associado a um regresso a Portugal para treinar Benfica ou FC Porto, nunca existiu qualquer contacto nesse sentido. Na mesma entrevista confessou não recusaria treinar a seleção brasileira e contou que um último pedido do pai o fez a aceitar mudar-se para o Sporting.

"[interesse de Benfica e FC Porto]. Totalmente mentira, isso não tem ponta de verdade. Quando as coisas estão mal, todos os anos o meu nome é associado aos dois clubes. Falam sempre no meu nome. É claro que vou regressar a Portugal, mas não sei quando. Para voltar só pode ser para um dos três grandes, apesar de o Sp. Braga hoje também ser uma grande equipa. Mas neste momento a minha carreira é no Flamengo. Se calhar daqui a dois ou três meses vou pensar de maneira diferente, mas aquela ideia que eu tinha de ir para um grande da Europa ganhar a Champions, o Flamengo já me fez mudar um bocadinho esse pensamento. Quando sair vou regressar e acabar a carreira em Portugal. A única coisa que me pode tirar do Flamengo é a saudade," referiu.

Na mesma entrevista, Jorge Jesus foi questionado sobre a seleção brasileira, e a possibilidade de um dia treinar o escrete. E foi categórico. "Acho difícil, mas que treinador do mundo não aceitaria treinar o Brasil? O Brasil tem um lote de jogadores que forma duas seleções do maior nível do mundo. Mas acho que a Confederação Brasileira de Futebol não convidaria um treinador estrangeiro. Acho difícil. Mas as coisas mudam", opinou, lembrando que também nunca pensou que um dia iria treinar o Flamengo: "Nunca achei que o Flamengo iria querer um treinador português. Nunca achei que treinaria o Flamengo. E cá estou, feliz e contente."

Jorge Jesus teve um momento da entrevista em que se emocionou, recordando que um pedido do pai, Virgolino de Jesus, esteve na base da sua decisão de assinar pelo Sporting. "Nos últimos dias de vida, o meu pai pediu-me para treinar o Sporting. E foi assim. Ele, coitadinho, nunca viu. Ele morreu. Foi isso. Quando falo do meu pai, comovo-me", contou.

"Eu mudei precisamente porque o meu pai fez parte de uma grande equipa do Sporting, dos chamados Cinco Violinos. Ele morreu com Alzheimer. No último ano ele já não sabia nada do que dizia. Mas nos últimos anos ele dizia-me: 'Porquê, filho? Porque é que não vais treinar o Sporting?" Eu respondia: "Pai, eles não me convidam" E quando houve essa possibilidade, eu troquei. Mas ele não chegou a ver", concluiu.

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