Três golos de Darwin fazem renascer o Benfica na Europa

A equipa de Jorge Jesus terminou com um jejum de vitórias fora de casa que durava há sete jogos. O triunfo por 4-2 com o Lech Poznan, na Polónia, permitem desde já aos encarnados liderarem o grupo D da Liga Europa, mas não foi tão fácil como aparenta.
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Um ano, oito meses e oito dias depois, o Benfica voltou a vencer fora de casa nas competições da UEFA. Foram sete jogos consecutivos de jejum que terminou agora frente aos polacos do Lech Poznan, num triunfo por 4-2, que representou uma entrada com o pé direito na Liga Europa 2020-21, à qual o treinador encarnado já assumiu a candidatura à vitória final.

E num jogo que foi mais complicado do que mostra o resultado, emergiu Darwin Núñez, o jogador mais caro da história dos encarnados, que se apresentou à Europa com três golos, os primeiros de águia ao peito, e mais uma exibição em grande estilo que abrilhantou o jogo 80 de Jorge Jesus nas competições europeias ao serviço do Benfica.

Darwin quebrou outro jejum encarnado, afinal, desde 1992 que um futebolista do Benfica não fazia um hat-trick fora de casa. António Pacheco, num jogo da Taça UEFA na Eslovénia, frente ao Belveduz Izola tinha sido o último a alcançar a proeza, algo que só José Torres, Pedras e Yuran tinham conseguido.

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Os encarnados assumem para já o comando do grupo D, em igualdade pontual com os escoceses do Rangers, que foram à Bélgica vencer o Standard Liège por 2-0. O primeiro passo está dado, mas Jesus não terá ficado plenamente satisfeito, uma vez que o Benfica revelou dificuldades defensivas que poderiam ter saído caro.

Adel Taarabt foi a principal novidade de Jorge Jesus para este jogo na Polónia. O marroquino entrou para o lugar de Rafa Silva, tendo Pizzi derivado para a ala direita, embora aparecendo várias vezes na zona central. O objetivo seria dar mais consistência ao meio-campo encarnado perante uma equipa do Lech Poznan muito trabalhadora e que, nos minutos iniciais, ensaiou três aproximações à baliza de Vlachodimos, sempre com remates de longe de Moder.

No entanto, na primeira vez que o Benfica ensaiou um ataque, Waldschmidt ganhou um penálti, pois o seu cruzamento foi intercetado por Dejewski, um central com muitas dificuldades em lidar com o ataque móvel dos encarnados. Pizzi aproveitou para abrir o marcador logo aos sete minutos, num sinal de que esta partida poderia tornar-se fácil para a equipa portuguesa.

Só que, ao contrário do que se esperava, o Lech Poznan reagiu, ensaiando algumas jogadas rápidas pelos flancos, à procura das costas dos laterais benfiquistas, e foi num desses lances, Kaminski fugiu a a Grimaldo e cruzou para o sueco Mikael Ishak empatar o jogo. Um golo demasiado fácil para os polacos que aproveitaram a má organização defensiva dos encarnados, que quase permitiram a Dejewski fazer a reviravolta no marcador, na sequência de um canto.

A verdade é que, cada vez que o Benfica acelerava criava problemas na defesa adversária, que não se entendia com a mobilidade de Darwin e Waldschmidt, mas também com as trocas de bola dos encarnados, que abriam espaços de forma muito fácil. E foi assim que, aos 42 minutos, Darwin Núñez se estreou a marcar de águia ao peito, com um excelente golo de cabeça após cruzamento de Gilberto.

Um golo que veio num momento precioso para o Benfica, pois poderia dar um golpe duro aos polacos em cima do intervalo. E foi a pensar em alargar a vantagem que Jorge Jesus lançou Rafa Silva para a segunda parte no lugar de Pizzi, que entregou a braçadeira de capitão ao recém-chegado Otamendi. E a verdade é que Waldschmidt poderia materializar o pensamento do técnico logo nos minutos iniciais, mas surgiu um defesa polaco a tirar a bola em cima da linha de golo.

Não marcou o Benfica e na resposta o sueco Ishak bisou, em mais uma falha de marcação da defesa encarnada, que permitiu a entrada de Kaminski na área. Vlachodimos ainda defendeu, mas na recarga o avançado do Lech voltou a empatar a partida.

Só que Jesus tinha Darwin com o pé quente e aos 60 minutos, o uruguaio, depois de ter sido servido por Everton, fintou um adversário e recolocou o Benfica na frente do marcador. O treinador encarnado quis então dar mais consistência à sua equipa, colocando Weigl e Pedrinho no lugar de Taarabt e Waldschmidt.

Só que a equipa não conseguia ter bola e expunha-se aos ataques polacos, que se acentuaram no último quarto de hora, altura em que Vlachodimos sobressaiu perante as dificuldades defensivas da equipa que levaram Jorge Jesus a colocar Jardel em campo para acabar o jogo com três centrais. Acabou por ser mais feliz o Benfica que, depois de ver Bednarek negar o golo a Pedrinho e Everton, acabou por ser batido por Darwin, pois claro, que concluiu de cabeça um cruzamento de Rafa. O uruguaio foi o verdadeiro antídoto contra o veneno polaco.

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FICHA DE JOGO

Estádio Municipal de Poznan
Árbitro: Nikola Dabanovic (Montenegro)

Lech Poznan - Bednarek; Czerwinski, Dejewski, Crnomarkovic, Puchacz; Skoras(Awaed. 90'+1), Pedro Tiba, Moder, Kaminski (Marchwinski, 67'); Daniel Ramirez (Muhar, 67'), Mikael Ishak
Treinador: Dariusz Zuraw

Benfica - Vlachodimos; Gilberto, Otamendi, Vertonghen, Grimaldo (Nuno Tavares, 67'); Pizzi (Rafa Silva, 46'), Gabriel, Taarabt (Weigl, 62'), Everton (Jardel, 88'); Waldschmidt (Pedrinho, 62'), Darwin Núñez
Treinador: Jorge Jesus

Cartão amarelo a Crnomarkovic (17'), Muhar (90'+1)

Golo: 0-1, Pizzi (9' gp); 1-1, Ishak (15'); 1-2, Darwin Núñez (42'); 2-2, Ishak (48'); 2-3, Darwin Núñez (60'); 2-4, Darwin Núñez (90'+3)

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