Jesus bate Carvalhal no histórico de jogos mas estão empatados no mata-mata

Sp. Braga e Benfica jogam amanhã a final da prova. Os dois treinadores são velhos conhecidos e vão defrontar-se pela 12.ª vez. Jesus venceu cinco confrontos e só perdeu dois. Mas um custou esta época eliminação na Taça da Liga.
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Sporting de Braga e Benfica defrontam-se este domingo (20.30, TVI) na final da Taça de Portugal, em Coimbra, sem público nas bancadas, em busca do primeiro troféu da época, num confronto que vai colocar frente a frente dois treinadores velhos conhecidos - Jorge Jesus, 66 anos, e Carlos Carvalhal, 55.

A longa história dos duelos entre os dois técnicos remonta à temporada 2006-07, quando Carvalhal treinava o Beira Mar e Jesus o Belenenses, num jogo que terminou com o triunfo dos azuis por 1-2. Foi o primeiro de 11 confrontos no qual o técnico benfiquista leva vantagem, pois venceu cinco, empatou quatro e saiu derrotado em duas ocasiões. Curiosamente, é a primeira vez que se vão defrontar na Taça de Portugal. E a final deste domingo será também inédita, dado que os dois clubes nunca se encontraram na decisão da prova rainha do futebol português.

Em jogos a eliminar, contudo, estão empatados. Nos dois confrontos na Taça da Liga, há uma vitória para cada um. Esta época, o Sp. Braga eliminou o Benfica nas meias-finais da prova, vencendo por 2-1, em Leiria, com golos de Abel Ruiz e Tormena - pelo Benfica marcou Pizzi. Em 2009-10, na mesma prova, as águias golearam o então Sporting treinado por Carvalhal, por 4-1.

A outra vitória de Carvalhal sobre Jesus, curiosamente, aconteceu também esta época. Foi logo em novembro, numa jornada do campeonato, com o Sp. Braga a surpreender e a arrancar um triunfo por 1-3 em pleno Estádio da Luz. Nos outros jogos a contar para a I Liga, o atual treinador do Benfica não sofreu qualquer desaire e triunfou em quatro ocasiões.

O Benfica vai disputar amanhã a 38.ª final da Taça do seu historial, prova que já venceu 26 vezes (são a equipa em Portugal como mais títulos na competição). Já o Sp. Braga esteve no jogo decisivo em seis ocasiões e triunfou por duas vezes.

A última vitória das águias na prova aconteceu em 2016-17. Na altura, com Rui Vitória como treinador, o Benfica bateu na final o V. Setúbal por 2-1, num ano em que o clube conquistou a dobradinha.

Já o Sp. Braga regressa a uma final da Taça de Portugal cinco anos depois de ter vencido o FC Porto, por 4-2, no desempate por grandes penalidades, depois de uma igualdade a dois golos no prolongamento. Os arsenalistas ergueram pela primeira vez o troféu em 1965/66, naquela que foi a sua primeira presença no Jamor: em 22 de maio de 1966, um golo de Perrichon derrotou o Vitória de Setúbal, por 1-0.

Jorge Jesus fez na sexta-feira o lançamento da final da Taça de Portugal em declarações à TVI, canal que vai transmitir o jogo, e confirmou a ausência do central brasileiro Lucas Veríssimo. Uma baixa de peso que pode mesmo motivar uma alteração do sistema tático, com o abandono de três centrais.

"Lucas Veríssimo não estando no jogo vai mudar as minhas ideias. Amanhã [hoje] ainda treinamos e vamos ver o que perspetivamos para o sistema em que vamos jogar. Sem ele, fica mais complicado em relação àquilo que temos vindo a fazer", começou por referir.

Jesus admite que, mesmo em caso de triunfo, esta não pode ser considerada uma temporada satisfatória, porque o Benfica perdeu o principal objetivo, que passava por ser campeão. Mas lembra que um troféu é melhor do que nenhum: "Uma vitória, por muito menor que ela seja, apesar de a Taça ser a segunda prova mais importante e não sendo no Jamor, onde não há festa igual, é o último jogo, é sempre importante. Não é por vencer que o panorama vai melhorar. Agora, é melhor fechar com chave de ouro."

Para Carlos Carvalhal, a conquista da Taça de Portugal seria "a cereja no topo do bolo" em função daquilo que a equipa bracarense fez esta temporada, "uma equipa com iniciativa que jogou muito bom futebol". "Agradeço a praticamente todos os meus colegas treinadores que reconheceram o futebol positivo do Sp. Braga. Não foi só a qualidade de jogo, foi o facto de termos chegado a duas finais e termos feito uma boa prestação na Liga Europa", disse, lamentando apenas que a equipa tenha falhado "um bocadinho no final do campeonato. "Mas uma vitória na Taça seria sem dúvida bom para fechar a época e gravar o nosso nome a letras de ouro e nisso que estamos apostados", considerou.

Quanto ao Benfica, o técnico deixou elogios: "Sabemos que o adversário é difícil, tem a mesma ambição do que nós, tem muita qualidade, tem um treinador e jogadores com grande qualidade, mas nós acreditamos piamente que vamos vencer a Taça e vamos para Coimbra com essa intenção."

A final da Taça vai ser apitada pelo árbitro Nuno Almeida, da Associação de Futebol do Algarve. O juiz algarvio, de 45 anos, contará com André Campos e Pedro Felisberto como assistentes, Rui Costa será o quarto árbitro, e, no videoárbitro (VAR), estará João Pinheiro, assistido por Tiago Martins e João Bessa Silva. Esta será a primeira final da Taça de Nuno Almeida, que em 2019 dirigiu no Algarve a Supertaça, entre Benfica e Sporting, que as águias vencerem por 5-0.

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