Jerrod Carmichael: "Muitas imagens da minha reação são reais"
"A única coisa de que eu não estava à espera era da corrida", disse a rir o comediante Jerrod Carmichael, quando perguntado sobre a sua entrada no mundo dos Transformers. "Não estava preparado para a quantidade de atividade física... Eu tinha visto os filmes e estava ciente disso. Mas simplesmente não tinha pensado no assunto". Em Transformers: O Último Cavaleiro, o quinto filme da série Transformers, Carmichael desempenha o papel de Jimmy, um homem que consegue mais do que está à espera quando se junta a Cade Yeager, representado por Mark Wahlberg. Realizado por Michael Bay (que abandonará a cadeira do realizador após este capítulo), Transformers: O Último Cavaleiro vê Carmichael juntar-se aos outros recém-chegados à série, Anthony Hopkins e Laura Haddock (o primeiro como o especialista em robots Edson Burton e a segunda como a académica de Oxford Viviane Wembly), a estrela em ascensão Isabela Moner (como a desenrascada Izzy) e aos membros do elenco reincidentes, Stanley Tucci, Josh Duhamel e John Turturro.
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O que foi que inicialmente o atraiu para o mundo de Transformers?
Bem, primeiro, há a dimensão e a atração global pelo tema, o muito que significa para tantas pessoas em todo o mundo. Mas principalmente queria trabalhar com Michael Bay. Queria ter essa experiência.
É um grande fã dos filmes dele?
Completamente. Uma das coisas mais importantes que se pode fazer como realizador é desenvolver um estilo próprio. A maioria não o faz. A maioria dos realizadores nem sequer tem hipótese de desenvolver algo assim. Cresci, obviamente, muito familiarizado com os Transformers. Lembro-me especialmente de ter visto o terceiro filme (Transformers 3, de 2011) e o ter achado muito intrigante e de pensar como é que iriam encontrar novas maneiras de manter as coisas diferentes e inovadoras e como o trabalho de computação gráfica parecia tão real. Fiquei realmente impressionado com isso, com a tecnologia e com o que Bay tinha feito com a própria série.
Como é que surgiu o seu papel no novo filme?
Num encontro com Michael, um dos argumentistas e o diretor da seleção de atores. Acho que eles estavam à procura de alguém para fazer um papel mais cómico no filme. Quero dizer, o nome do personagem no guião original era Jerrod (risos)...
O personagem foi escrito para si?
Sim. E isso foi muito especial. Entramos e vemos lá o nosso nome (risos)... O nome do personagem agora é Jimmy. Ele é um tipo normal, alguém que se inscreveu para um emprego e conseguiu mais do que estava à espera. Cade põe um anúncio para contratar alguém para, no fundo, gerir aquela estranha garagem/ferro-velho, se assim lhe quiser chamar. Ele chega lá e descobre que existem todos aqueles Transformers ali. Assim, basicamente, ele é um tipo que não se inscreveu para a aventura em que está a entrar, um tipo que está apenas a tentar sobreviver.
Estava nervoso por entrar no filme?
Eu estava excitado, na verdade. Vi-o como uma incrível experiência de aprendizagem. Eu nunca tinha experimentado nada assim antes, e estava muito excitado só por ir trabalhar com Bay e todos os outros envolvidos; só por ir ver como se faz uma coisa daquela dimensão. Sabe que isto era completamente diferente de qualquer coisa que já tivesse feito antes. E é por isso que foi tão divertido. Como produtor, como ator, uma pessoa fica entusiasmada com isso. Essa é a razão pela qual se entra numa coisa destas, para começar. Estamos ali para aprender. E eu sinto que aprendi muito.
Como foi conhecer Mark Wahlberg?
Espetacular. Ele é um sujeito muito simpático. Amável e divertido, muita brincadeira, muita conversa sobre Jordans (risos)... É supersimpático e foi fantástico trabalhar com ele.
Como foi o seu primeiro dia de filmagens?
Quente. Nós filmámos aquela parte no Arizona, no meio do deserto com perto de 48°. Chego lá e eles entregam-me uma arma. E quando dou por mim estou no chão, no meio da sujidade, com vidros a voar e explosões por todo o lado. Foi um momento muito especial de "Bem-vindo ao Transformers". Foi uma loucura.
O que fez para se preparar para o filme?
Bem, o que não fiz e que deveria ter feito foi correr. Não estava preparado para a quantidade de atividade física (risos)... Eu tinha visto os filmes e estava ciente disso. Mas simplesmente não tinha pensado no assunto. Então, ali estava eu, recém-chegado às filmagens e, de repente, ouço, "Tudo bem, agora corre para lá!" Foi aí que pensei: "Oh merda, esqueci-me que isto era assim". Devia ter feito mais exercício (risos)...
Estava em melhor forma quando acabaram as filmagens?
Na melhor forma em que já estive em toda a minha vida.
Continuou depois do filme? Tem um regime de exercícios?
Não (risos)... Não, fui ao ginásio uma vez, desde que acabámos. Eu não sou muito de treinos!
Ainda assim, sobreviveu às filmagens.
Foi uma experiência muito divertida, devo dizer. O estilo de realização de Michael é muito prático. Sabe como é, ele está lá e faz muitas coisas ele mesmo, a equipa é muito experiente e está muito habituada àquilo... movimenta-se como um pequeno exército. É realmente um pequeno grupo de pessoas bem treinadas para a guerra de fazer aquilo. Era o que se sentia. E foi muito divertido. Realmente divertido.
Como era estar no meio de toda a pirotecnia?
Bem, uma pessoa confia naqueles tipos. Quero dizer, eles são tão incrivelmente talentosos. Ainda assim, se nunca tivemos a experiência de estar no meio daquilo, uma explosão ainda é uma explosão. Sabe como é, há carros lançados pelo ar. E então ainda reagimos da maneira que reagiríamos se não soubéssemos se aquilo estava a ser controlado ou não. Ficamos surpreendidos, um pouco receosos e um pouco nervosos. Por isso, muitas imagens da minha reação são reais.
Como foi quando viu as imagens geradas por computador adicionadas mais tarde?
Muitas coisas práticas que nós usámos foram tão bem feitas que não era difícil imaginar as coisas que não estavam lá. A nossa imaginação consegue acompanhar. Mas parece ainda mais incrível quando vemos o produto final.
Sir Anthony Hopkins é outro recém-chegado à equipa de Transformers. Teve oportunidade de trabalhar com ele?
Nós não filmámos juntos. Mas passámos alguns dias juntos no local de filmagens a filmar cenas separadas. O que é engraçado é que Anthony e eu, antes de começarmos a filmar, estivemos juntos no James Corden (The Late Late Show). Fizemos ambos parte dos convidados, estivemos lá devido a projetos diferentes, e não fazíamos ideia de que íamos entrar os dois em Transformers. Assim, quando o vi novamente um mês depois, foi uma surpresa simpática e agradável. Ele é uma pessoa incrível. Gosta de brincar, falar dos livros que está a ler, de coisas que o entusiasmam... Ele realmente merece ser nomeado cavaleiro novamente.
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Como compara O Último Cavaleiro com os filmes anteriores da série?
Acho que este é um pouco mais complexo. Abrange um período de tempo maior. E, portanto, tem uma narrativa mais profunda. Também acho, claro, que vai estar à altura de todas as coisas que têm entusiasmado toda a gente ao longo da história da série.
Existe alguma sequência específica que esteja ansioso por ver?
Mark e eu tivemos alguns momentos engraçados juntos, uma boa química. Por isso estou ansioso por vê-los. Mas, na verdade, estou ansioso por ver tudo... Estou entusiasmado e curioso para ver como tudo ficou.
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Já teve alguma reação de algum dos fãs mais jovens?
Sim. O meu sobrinho foi assistir a filmagens. Ele tem oito anos. Foi ao local das filmagens e ficou louco. Divertiu-se imenso só por lá estar. Conseguiu ver muitas coisas durante alguns dias, três ou quatro, e adorou. Adorou. Por isso mal posso esperar para ver o que ele pensa sobre o filme. Ele também esteve no meu programa de televisão, mas ele estava realmente fascinado a assistir ao trabalho de Bay, a ver os bastidores e depois saber que ia ver como é o filme acabado. Será divertido ver o produto final com ele e ver a sua reação.
Está a planear levá-lo à estreia?
Agora acho que tenho de o levar! Ele vai ficar furioso comigo se não o levar (risos)...
Entrevista cedida pelos Estúdios Paramount