Jerónimo lamenta perdas mas geringonça parece a salvo
Os resultados autárquicos foram negativos para a CDU mas Jerónimo de Sousa deixou ontem implícito que os comunistas dificilmente vão endurecer posições, pelo menos a curto prazo, no quadro da geringonça.
"Não fizemos tudo bem feito", mas essa foi "uma batalha no plano do poder local", sublinhou o líder comunista. "A nossa convicção profunda é que as [eleições] autárquicas são autárquicas", reforçou Jerónimo de Sousa.
O secretário-geral do PCP pareceu relativizar a perda de uma dezena de autarquias - algumas importantes como Barreiro, Castro Verde e Almada - ao afirmar que serão "sobretudo uma perda para as populações" e porque isso se deveu "às vezes a diferenças pequenas" de votos, tal como em 2013 houve câmaras ganhas pela CDU também por valores mínimos.
Jerónimo de Sousa reconheceu que "é necessário não iludir que este resultado constitui um fator negativo para dar força" à luta do PCP e dos Verdes, mas a leitura dos números "não pode ser confinada ao número de maiorias obtidas".
Mais, "a CDU confirma-se como a grande força de esquerda no poder local", continuando presente "em todo o território", afirmou Jerónimo de Sousa, sem sinais visíveis de preocupação e afirmando-se disponível, nos planos "físico e anímico", para continuar a lutar pelos portugueses nas próximas batalhas eleitorais.
"Nunca tivemos vida fácil", respondeu aos jornalistas com um sorriso, depois de assumir que "teríamos mais força se tivéssemos conseguido evitar perdas", mas "serão muitos" os cidadãos que nessas autarquias "vão ter saudades da CDU", garantiu o secretário-geral do PCP.
Depois de ter passado de 28 presidências de câmara em 2009 para 34 em 2013 (tendo ganho 10 e perdido quatro), Jerónimo adiantou: "Em termos de comparação percentual eleitoral estivemos ao nível de 2009", talvez "baixando 1% face a 2013."
Além das já enumeradas, Moura, Barrancos, Castro Verde (no distrito de Beja), Alandroal (Évora), Peniche (Leiria) e Alcochete (Setúbal) foram algumas das presidências de câmara perdidas pela CDU, aparentemente mitigadas pelo que Jerónimo apresentou como um facto: mantém-se "uma grande aversão ao governo anterior" entre os portugueses.
Por isso, "vamos manter o exame comum ao Orçamento de Estado" para 2018, "dar visibilidade às nossas propostas na Assembleia da República".