O secretário-geral do PCP criticou a "convergência negativa" entre PS, PSD e CDS-PP, considerando que a política de direita, "o grande obstáculo à solução dos problemas" de Portugal, mantém-se "nas opções fundamentais" do Governo..Trata-se de "uma convergência que mostra que o grande obstáculo à solução dos problemas do país e ao melhoramento das condições de vida dos trabalhadores e do povo - a política de direita - se mantém nas opções fundamentais da atual solução governativa", afirmou Jerónimo de Sousa..O líder dos comunistas portugueses falava no discurso de encerramento da tradicional homenagem do PCP à trabalhadora rural Catarina Eufémia, assassinada pelas forças do regime fascista, em 19 de maio de 1954, há 64 anos, na aldeia de Baleizão, no concelho de Beja, no Alentejo..A crítica de Jerónimo de Sousa surge após a proposta do PCP para reduzir o horário de trabalho para 35 horas semanais para todos os trabalhadores ter sido chumbada na Assembleia da República, na passada sexta-feira, com votos contra de PS, PSD e CDS-PP..Segundo Jerónimo de Sousa, "a convergência que tem vindo a acontecer no plano da legislação laboral e a alargar-se a outros domínios, unindo PS, PSD e CDS-PP, confirma os laços de classe que unem estes três partidos quando se trata de optar pelos interesses do capital, confirmando a sua convergência em questões estruturantes da política de direita"..PS, PSD e CDS-PP "justificam a sua convergência negativa com a necessidade de garantir a competitividade da economia nacional, mas trata-se de uma falácia", porque "o peso dos custos do trabalho no conjunto dos custos nas empresas está entre os 11% e os 17%", frisou.."O que esta convergência sistemática na votação da legislação laboral confirma é que PS, PSD e CDS-PP querem consolidar o retrocesso que foi imposto aos trabalhadores portugueses pelos seus governos nos últimos anos, nomeadamente eternizar as medidas de subversão das leis laborais, que têm vindo a pôr em causa direitos fundamentais", alertou..Jerónimo de Sousa lembrou que "foi com a luta que se conseguiram avanços na reposição de direitos e rendimentos" e "será com a luta que se conseguirão novas conquistas"..Uma luta que "precisa de continuar a crescer e avançar nas empresas, nos locais de trabalho, nas ruas, confluindo para a grande manifestação nacional marcada pela CGTP-IN para 09 de junho, em Lisboa, pela exigência da valorização do trabalho e dos trabalhadores, pela defesa, pela reposição e pela conquista de direitos e rendimentos, pela exigência de medidas de combate à precariedade e ao desemprego, pela valorização dos salários", rematou.