Jerónimo de Sousa insiste na renegociação da dívida

"A vida está a provar a razão que assiste ao PCP sobre este problema da dívida", disse secretário-geral do PCP
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O secretário-geral do PCP renovou hoje o desafio ao executivo socialista para assumir a iniciativa de renegociar a dívida externa, confrontado com a subida recente dos juros acima da barreira dos 4%.

"O Governo - o Estado português - tem de enfrentar o problema. Da parte do Governo não temos encontrado disponibilidade para essa consideração. Claro que afirmam a sua preocupação, mas não basta ficarmos por aqui. Mesmo como devedores também temos direitos. É importante o Estado português tomar a iniciativa, designadamente com outros países da União Europeia na mesma situação", disse Jerónimo de Sousa, na sede nacional dos comunistas, em Lisboa.

O líder comunista classificou mesmo o assunto como "uma questão política, económica, que tem muito a ver com o êxito ou 'inêxito' futuro por parte deste Governo", voltando a defender, por exemplo, uma conferência intergovernamental sobre a matéria ao nível europeu. O PCP advoga abertamente desde 2011 a reestruturação da dívida pública nos seus juros, montantes e prazos.

"A vida está a provar a razão que assiste ao PCP sobre este problema da dívida. Existem mecanismos que não controlamos, estamos sempre dependentes do aumento dessa mesma dívida e, por isso mesmo, defendemos um processo de renegociação, dirigido pelo Estado português", continuou o secretário-geral do PCP.

Os juros da dívida portuguesa estavam hoje a subir a dois anos e a descer a cinco e dez anos em relação a quarta-feira. Cerca das 08:45 em Lisboa, os juros da dívida portuguesa a dez anos estavam a descer para 3,906%, contra 3,955% na quarta-feira. Nos últimos seis meses, os juros a dez anos subiram até ao máximo de 4,032% em 06 de janeiro e desceram até ao mínimo de 2,679% em 15 de agosto.

"Se não o fizermos, estaremos sempre numa situação de insegurança e falta de perspetivas para o futuro porque o aumento das taxas de juro vai ter, inevitavelmente, consequências na disponibilidade financeira para que existe mais crescimento e desenvolvimento económicos", lamentou Jerónimo de Sousa.

Para o líder do PCP, quer Portugal queira, quer não, vai "ter de discutir esse processo de renegociação e a questão da dívida".

"A grande questão é saber se discutimos numa posição de força ou de aceitar aquilo que vem de fora", concluiu.

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