"As crises estão cada vez mais presentes, mas os processos diplomáticos permanecem idênticos, com uma caixa de instrumentos fatigada e uma opinião pública que não tem consciência da gravidade da situação", afirmou à agência AFP. .A propósito de uma série de crises emergentes, vai-se fazer pedagogia junto da opinião, mas também influência sobre os dirigentes", acrescentou Raffarin, que foi primeiro-ministro, entre 2002 e 2005, do presidente Jacques Chirac e que dirigiu a comissão dos Negócios Estrangeiros do Senado, entre 2014 e 2017..A ONG, designada Líderes para a Paz, reúne 25 personalidades, entre os quais sete ex-primeiro-ministros, como o italiano Enrico Letta, o húngaro Peter Medgyessy e o burquinabês Tertius Zongo, o ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas Ban Ki-Moon e o ex-secretário de Estado adjunto na presidência de Barack Obama, Antony Blinken..No conselho fundador da ONG estão também cinco ex-ministros dos Negócios Estrangeiros, como o sueco Carl Bildt e o egípcio Amr Moussa, bem como antigos embaixadores de relevo em Paris, como o russo Alexandre Orlov e o chinês Kong Quan.."Eles sabem falar à opinião e têm a experiência das crises. Também estão um pouco mais livres do que os se encontram em negociações", destacou Jean-Pierre Raffarin..A médio prazo, a Líderes para a Paz deve funcionar como um grupo de reflexão, um "'atelier' de propostas suaves e ligeiras" para executivos frequentemente prisioneiros de "máquinas administrativas demasiado pesadas", previu. .A ONG vai trabalhar num primeiro tempo sobre três crises, a saber, a situação na fronteira entre a Tunísia e a Líbia, o México, onde uma internacional do crime se constituiu às portas dos EUA e a problemática do clima e da Ásia. .Nos próximos dias 14 e 15, em Paris, vai fazer uma conferência sobre estes temas..A ONG quer também publicar todos os anos um relatório em que apresenta "algumas pistas para uma diplomacia reativa", acrescentou Raffarin.