Jardim reconhece que ajustamento prejudica autonomia
"Penaliza a autonomia mas foi necessário porque, devido ao nosso endividamento que resultou do fato do Estado não ter investido um tostão na Região. E corríamos o risco da insolvência se não fosse este Plano de Ajustamento Financeiro", afirmou à Agência Lusa, a propósito do 36º. aniversário do Dia da Região Autónoma que se celebra no domingo.
Alberto João Jardim admite que "as finanças continuam a ser o calcanhar de Aquiles da autonomia porque, quando começou a autonomia, o Estado português não investiu um tostão na Madeira".
"Todo o desenvolvimento da Madeira foi feito à custa dos madeirenses e, como os madeirenses souberam desenvolver-se em média superior à do continente e atingiram a média europeia, obviamente ficamos endividados", justificou o dirigente.
Para o governante madeirense há 34 anos no poder, "o Estado continua a ignorar qualquer esforço em prol do desenvolvimento da parcela portuguesa chamada Madeira e, agora, somos nós a pagar as dívidas do nosso desenvolvimento".
A "moral da História ao fim de 36 anos de autonomia" é que, "financeiramente, o Estado português não foi preciso para nada".
No entanto, Jardim defende que é necessário corrigir o problema das autonomias. Tudo para que "o Estado português não tenha uma visão colonialista de querer nos impor um sistema que eles querem e reforçar a coesão nacional, adoptando-se um sistema para Região Autónoma em que todos fiquem satisfeitos - Estado e Região Autónoma".
Sobre o Programa de Ajustamente, "fizemos o compromisso de honra de cumprir e estamos a cumprir", cabendo agora ao Estado a responsabilidade de "cumprir com os seus programas", acrescentou Alberto João Jardim.
Ao abrigo do PAEF, a Região Autónoma da Madeira contraiu um empréstimo de 1.500 milhões de euros para fazer face a uma dívida pública de 6,3 mil milhões de euros.